Após um estudo de cenário de ruptura apontar a existência de comunidades na zona de autossalvamento em barragem de rejeitos da AngloGold Ashanti S.A em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte, o Ministério Público (MPMG) firmou um acordo com a empresa. O termo, assinado na quinta-feira (2), detalha medidas de segurança que devem ser adotadas pela mineradora de ouro durante o descomissionamento da barragem Cuiabá.
O acordo encerra uma ação civil pública movida pelo MPMG contra a AngloGold, devido à construção da barragem pelo método à jusante, como informa a empresa.
Com isso, a mineradora deve relatar periodicamente ao MPMG a situação da barragem. Qualquer ocorrência ou circunstância que impacte ou possa afetar a segurança dela durante o descomissionamento também deve ser relatada ao órgão.
A AngloGold precisa indicar, ainda, se há necessidade de evacuação da área de autossalvamento, atualmente habitada. O termo prevê diagnóstico das atividades de descaracterização, com informações socioambientais e de impactos decorrentes das obras, além de propostas para reduzir, monitorar e compensar essas situações.
Os relatórios serão enviados ao Centro Integrado de Gestão Ambiental (Ciga), projeto criado para monitorar, em tempo real, as condições de barragens de rejeitos de Minas Gerais.
O acordo garante que AngloGold custeie projetos socioambientais em Sabará, no valor de R$ 1 milhão em até quatro anos, especialmente nas áreas que podem ser afetadas caso a estrutura se rompa. Caso a empresa descumpra qualquer cláusula do acordo deve pagar multa de R$ 2 milhões.
Em nota, a mineradora reforçou o compromisso com a "descaracterização definitiva da estrutura". Confira o posicionamento completo:
"Nota à imprensa
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e a AngloGold Ashanti firmaram um acordo para o encerramento da Ação Civil Pública acerca da barragem do empreendimento da empresa na cidade de Sabará (MG), construída pelo método a jusante.
Por meio do acordo, a AngloGold Ashanti reforça o compromisso com medidas de segurança e com a descaracterização definitiva da estrutura, além de investir em ações socioambientais, incluindo o aporte de R$ 1,75 milhão em projetos socioambientais em Sabará, dos quais parte para incrementar o bem-sucedido programa Parcerias Sustentáveis AngloGold Ashanti e a outra para iniciativas gerenciadas por meio da Plataforma Semente.
Aproveitamos para reafirmar que o acordo firmado nesta quinta-feira (2/06) não tem relação com o vazamento ocorrido em Sabará, no início do ano, e que já havia sido fruto de um acordo anterior com o MP.
Importante também ressaltar que aquele vazamento ocorreu em uma baía de sedimentação sem qualquer relação com a barragem."