Intolerância religiosa

Terreiro de candomblé ainda em construção é totalmente destruído em Esmeraldas

Segundo o líder religioso do espaço, esta é a terceira vez que o terreiro sofre ataques

Por Alice Brito
Publicado em 10 de maio de 2022 | 19:09
 
 
 
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Um terreiro de candomblé, em Esmeraldas, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi completamente destruído. O espaço, que ainda estava em construção, teve as paredes derrubadas. As imagens dos orixás que estavam no local também foram quebradas. Além disso, os materiais de construção que estavam no terreno, como brita, areia e tijolo, foram furtados. 

Os líderes religiosos responsáveis pelo terreiro não sabem ao certo quando o crime ocorreu. Eles foram surpreendidos quando, no último sábado (7), foram visitar a obra e se depararam com o local completamente destruído. 

Ainda conforme os líderes do terreiro, eles acreditam terem sido vítimas de intolerância religiosa já que todas as imagens dos santos foram quebradas. A polícia foi acionada e o caso é investigado. 

" Quando chegamos ao terreiro fomos surpreendidos com a destruição. Nada estava no lugar. Íamos inaugurar o espaço no fim desse ano, agora não sabemos mais quando o espaço será reconstruído. Só sabemos que vamos nos reerguer. O nosso sonho foi jogado ao chão. Acionamos a polícia e registramos a ocorrência", disse a filha de santo Lavínia Ferraz, de 28 anos. 

 

Casa sofreu ataque pela terceira vez

Conforme o babalorixá, Joaquim Sousa, de 23 anos, esta é a terceira vez que a casa religiosa sofre ataques. 

" Ainda criança o meu primeiro terreiro  sofreu ataques de vândalos, tudo que tinha no local foi quebrado.Não denunciei porque minha família ficou com medo de represálias. Conseguimos nos reerguer,  reabrimos o terreiro em um espaço residencial em Belo Horizonte, as pessoas se sentiram imcomodadas com o barulho dos nossos encontros, por isso, fomos obrigados a nos mudar. Começamos a construir um espaço novo em um lugar mais afastado, em Esmeraldas, e novamente fomos atacados. É entristecedor, mas temos que ser resistentes para expor a nossa fé, não ter medo e nem vergonha disso", desabafou o babalorixá. 

Saiba como ajudar

Ainda conforme Joaquim, eles precisam de ajuda para reconstruir o espaço religioso. Para ajudar basta ligar para Lavínia Ferraz : 31 9 9723- 7624.

"Quem puder ajudar com material de construção, dinheiro, empréstimo do tempo, por meio do trabalho voluntário é só nos acionar. Todo auxílio é bem vindo", disse o líder religioso.

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