Dois mineiros e o motorista de um Uber viveram momentos de terror na saída da partida entre Atlhetico-PR e Atlético-MG, ocorrida na noite do último sábado (17), na Arena da Baixada, em Curitiba, no Paraná. Ao tentar voltar para casa, dez minutos antes do fim do jogo, eles pegaram um veículo de transporte de passageiros e, ao se depararem com a torcida organizada "Os Fanáticos", do time rubro-negro, foram apedrejados e agredidos com pedradas, socos e pauladas.
De acordo com o programador Luan Fernandes Horto, de 27 anos, e morador de Betim, na região metropolitana, os torcedores iniciaram as agressões quando perceberam que ele estava com a camisa do Galo. "Eles começaram a arremessar pedras contra o carro e estouraram todos os vidros. Mas não pararam e passaram a nos apedrejar e nos agredir com socos e pauladas também. Só escutava eles gritando e mandando eu tirar a camisa. Mesmo depois de eu conseguir tirá-la, eles continuaram nos batendo. O motorista do Uber foi arrancado para fora do carro e também foi agredido", contou o torcedor atleticano.
As agressões só teriam parado depois que outros torcedores do Athletico-PR interviram. Dez minutos após, a Polícia Militar chegou. "Se não fosse esses outros torcedores, acho que a gente teria morrido ali", lamentou Horto. "Levei muita pedrada e socos na cabeça. Fiquei todo ensanguentado e ainda levei pontos no dedo da mão. Minha namorada ficou com o olho roxo e, nós dois, ficamos com ferimentos pelo corpo por causa dos estilhaços. O motorista do Uber também foi ferido na cabeça e levou muitos chutes na costela", contou o betinense. "Ainda roubaram meu celular, minha camisa e R$ 300", acrescentou.
Revoltados, Horto e a namorada, a engenheira de produção Patrícia Mendes Jardim, de 28 anos, disseram que agora querem justiça. "Ficamos em pânico e estado de choque. O sentimento é de impotência. Foi uma covardia. Tomaremos todas as providências cabíveis. Isso não pode continuar assim. Se a torcida do Athletico paranaense não sabe receber visitantes, melhor então que eles percam o mando de campo", criticou Horto.
Além de registrar um boletim de ocorrência na Polícia Militar, o casal também foi até a Delegacia de Futebol e Eventos da Polícia Civil de Curitiba. Nesta segunda-feira (19), eles foram orientados a ir até ao Instituto Médico Legal (IML) para fazer exames de corpo delito.
A reportagem entrou em contato na sede do Club Athletico Paranaense, sem sucesso.
Por meio de nota, a Uber lamentou as agressões e informou que os parceiros contam com um número de telefone 0800 para registrar e solicitar apoio da Uber depois que tiverem comunicado incidentes às autoridades e estiverem em segurança. "Por exemplo, no caso da necessidade de acionar o Seguro APP, seguro para acidentes pessoais que cobre todas as viagens", informou a nota.
Atualizada às 13h25