O tatuador Leandro Caldeira Alves, de 44 anos, suspeito de abusar de clientes durante sessões de tatuagem em seu estúdio, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, na Savassi, região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi ouvido pela Justiça na tarde desta quarta-feira (3). Essa foi a segunda audiência de instrução do caso, ocorrida no Fórum Lafayette. A sessão durou aproximadamente cinco horas e uma das vítimas foi ouvida pelo juiz, segundo o advogado do suspeito, Marcelo Adomiram.
O advogado afirmou, que, na semana passada, outras seis vítimas foram ouvidas, e outras duas por carta precatória das comarcas de Nova Lima e Congonhas.
Ainda de acordo com Adomiram, por estratégia da defesa e a pedido de testemunhas que se sentiram constrangidas, Leandro não acompanhou os depoimentos das vítimas.
Outra audiência será marcada para a oitiva de mais mulheres que acusam o tatuador. Segundo o advogado, Leandro está tranquilo e alega inocência.
"Ele se emocionou durante seu depoimento, principalmente quando o juiz tocou no assunto dos filhos, mas está tranquilo quanto sua inocência", destacou advogado. Familiares do tatuador o acompanharam durante seu depoimento.
Por nota, a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que mais informações sobre o caso não serão passadas para imprensa, pois correm em segredo de justiça no intuito de resguardar as testemunhas.
A tipificação do crime, prevista no artigo 215 do Código Penal e que prevê pena de prisão de dois a seis anos, é explicada pelo fato de que as vítimas eram enganadas para acreditar que os abusos eram necessários para a realização do procedimento. Leandro foi preso no dia 31 de março.
No mês seguinte, em abril, a Polícia Civil de Minas Gerais encaminhou à Justiça o inquérito que apurou as denúncias de abuso sexual feitas por 19 vítimas contra o tatuador.