A Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), na Zona da Mata, anunciou que terá que desligar 33% de seu quadro de funcionários por conta dos drásticos e sucessivos cortes de repasses do governo federal à instituição de ensino. Ao todo, 307 das 932 pessoas que trabalham na UFJF perderão seus empregos, conforme anunciado pelo reitor Marcos David.
Segundo o reitor, neste ano, a universidade não recebeu do governo federal nem 2% do orçamento previsto e, por isso, está com dificuldades para honrar os compromissos financeiros da instituição. “A ciência e a tecnologia no Brasil acabaram. Chegamos a um ponto em que não era possível continuar sem absorver cortes muito duros no funcionamento da instituição”, lamentou o reitor da UFJF.
Enquanto em 2016 o orçamento anual da universidade pública era de R$ 157,9 milhões, neste ano passou a ser de R$ 82,3 milhões, uma queda de 47,88% em apenas cinco anos, conforme o relatório divulgado pela reitoria.
Por nota, a UFJF informou que, a partir de maio, o valor das bolsas estudantis oferecidas pela instituição será reduzido de R$ 400 para R$ 300. Além disso, serão cortadas 35% das vagas para novas bolsas de iniciação científica, treinamento profissional, extensão e iniciação artística. Os programas de especialização, mestrado e doutorado continuarão, mas com um corte de 75% dos recursos destinados até então às bolsas.
Segundo a reitoria, eles terão que ser utilizados para compra de insumos, participação em congressos virtuais e outras demandas. Mesmo com todos os cortes, a UFJF prevê terminar 2021 com uma dívida de mais de R$ 6 milhões