EM REGIME ABERTO

Último integrante do caso Sion é condenado a 4 anos

Réu foi absolvido pelos crimes de sequestro, cárcere privado e associação criminosa

Por DA REDAÇÃO
Publicado em 24 de julho de 2015 | 19:00
 
 
 
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O último integrante do crime do Sion a ser julgado, o advogado Luís Astolfo Sales, foi condenado a quatro anos de prisão em regime aberto. Ele foi considerado culpado por extorsão do então estudante de direito e mentor do crime, Frederico Flores. No entanto, acabou absolvido das acusações de sequestro, cárcere privado e associação criminosa.

Conforme denúncia do Ministério Público, o advogado forneceu dados sobre as vítimas a Frederico Flores, que tramou o sequestro, tortura e assassinato de dois empresários. Os dois foram mantidos reféns e depois torturados e mortos em um apartamento do bairro Sion.

Depois de retirar as pontas dos dedos dos empresários, o bando ateou fogo aos corpos e os atirou do viaduto da Mutuca, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Além do universitário, participaram também outro estudante de direito Arlindo Lobo, a médica Gabriela Costa, os ex-policiais militares Renato Mozer e André Bartolomeu, o garçom Adrian Grigorcea e o pastor  Sidney Beijamin.

Para comprovar a extorsão, o ministério publico lembrou na denúncia que o advogado ganhou do líder do grupo um Citroën C3 que pertencia a um dos empresários. Dias após o crime, o advogado abandonou o veículo na região de Contagem.

Após analisar o processo, a juíza Lílian Bastos de Paula considerou que extorsão ficou também pelo interrogatório dos demais acusados e pela notícia, trazida pelo próprio réu, em seu interrogatório, de que ele recebera um carro presenteado pelo estudante como pagamento pela informação repassada.

A magistrada considerou ainda que o advogado não teve participação nos crimes de sequestro, cárcere privado, destruição, subtração ou ocultação de cadáver e formação de quadrilha, já que ele não esteve no apartamento do estudante nos dias em que as vítimas foram sequestradas, torturadas e mortas. A decisão também foi tomada após a maioria dos acusados declarar que nem sequer conhecia Bueno.

O advogado é o último dos envolvidos a ser julgado e o único cujo caso não foi examinado por um júri popular, já que em 8 de julho de 2011 ele foi absolvido dos dois homicídios e acusado por extorsão, sequestro e cárcere privado e associação criminosa.

Relembre

De acordo com a denúncia do Ministério Público, os acusados  Frederico Flores, Adrian Grigorcea, Arlindo Lobo, Renato Mozer, André Bartolomeu, Sidney Beijamin, Luiz Astolfo e Gabriela Costa sequestraram e extorquiram os dois empresários. Eles fizeram saques e transferências de valores das contas das vítimas antes de matá-las.

O grupo assassinou os dois e transportou os corpos no porta-malas do carro de uma das vítimas para a região de Nova Lima, onde foram deixados, após serem parcialmente incendiados.

Consta ainda na denúncia que os empresários estavam envolvidos em estelionato e atividades de contrabando de mercadorias importadas, mantendo em seus nomes várias contas bancárias, de onde eram movimentadas grandes quantias em dinheiro. As atividades deles chegaram ao conhecimento de Flores, um dos acusados, que passou a manifestar o desejo de extorqui-los.

Cientes dos planos de Flores, os demais denunciados participaram e colaboraram com os crimes.
Frederico Flores está preso suspeito de chefiar o bando. Um dia depois do duplo homicídio, os corpos foram localizados queimados em uma mata de Nova Lima, na região metropolitana. As cabeças e os dedos das vítimas continuam desaparecidos.

Flores foi condenado a 39 anos de reclusão por homicídio qualificado, sequestro e cárcere privado. Ele ainda foi condenado por extorsão, destruição e ocultação dos cadáveres e formação de quadrilha. Segundo a acusação, Flores sequestrou, extorquiu e matou os empresários com a ajuda de sete pessoas. Os crimes foram em 10 e 11 abril de 2010, no apartamento alugado por Flores, depois dos acusados fazerem movimentações nas contas das vítimas.

No dia seguinte, de acordo com a acusação, os réus se reuniram para limpar o apartamento.

Além de Bueno, o estudante Flores foi condenado a 39 anos. O ex-policial Renato Mozer foi condenado a 59 anos de reclusão em regime fechado, em dezembro de 2011. O estudante de direito Arlindo Lobo também foi condenado a 44 anos de prisão, em julho de 2013. Já o garçom Adrian Grigorcea foi condenado a 30 anos de reclusão, em julho de 2014.   

A médica Gabriela foi condenada a 46 anos, em março deste ano. O pastor foi condenado por três anos de reclusão em regime aberto.

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