Ela prefere não falar a idade e também evita lembrar o motivo que a levou para as ruas da cidade onde nasceu. "É muito triste, tem coisa que é melhor não lembrar. Mas a ganância, o dinheiro, mudam as pessoas", revela Lúcia Machado, moradora de rua de Belo Horizonte.
Lúcia vive em uma barraca instalada em uma das esquinas mais movimentadas da região Centro-Sul de Belo Horizonte, a rua Espírito Santo com rua Álvares Cabral, ao lado de um cursinho pré-vestibular, onde os alunos, como ela diz, "são seus anjos". Uma delas é a estudante Rafaela Nuna, 18, que conhece Lúcia há dois anos. "Ela é minha amiga. Aprendo muito com ela", diz.
Além das pessoas que passam pelo local e simpatizam com Lúcia - o que não é difícil - ela conta com a amizade de outros sete companheiros. Seus cachorros, segundo ela, são a sua vida. "Mexe comigo, pode fazer o que quiser comigo. Mas não mexe com eles não. Nem com bicho nenhum", avisa.
O motivo de tanta afeição não é difícil de descobrir. "O olhar deles não dói, não machuca. É de amor", diz. E quando ela precisa pedir alguma coisa na rua, geralmente, não é pra ela. "Quando a gente pergunta se ela tá precisando de alguma coisa, ela pede ração pros cachorros", conta ainda a estudante.
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