Uma semana para recuperar danos no viaduto da Lagoinha

Os motoristas que precisam passar pelo Complexo da Lagoinha, em Belo Horizonte, devem se preparar para enfrentar transtornos no trânsito pelos próximos sete dias, tempo que devem durar os reparos nas vigas danificadas pelo acidente da noite de domingo (19). Uma carreta que transportava uma retroescavadeira não respeitou a sinalização de altura máxima da trincheira, de 4,5 m, e colidiu contra 14 vigas, na avenida Nossa Senhora de Fátima. Na segunda-feira (20), a Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) descartou risco de desabamento da estrutura.

“Quando o caminhão bateu na viga, descascou por baixo dela. Agora temos que reconstituir o concreto. As vigas não se moveram, o acidente não afetou nem a estrutura, nem a ferragem, e não há necessidade de trocá-las”, afirmou o superintendente da Sudecap, Henrique Castilho. Na tarde desta segunda-feira, a prefeitura iniciou a recuperação das estruturas.

Após o acidente, a Defesa Civil interditou totalmente a trincheira e o viaduto sobre ela, para avaliação de risco. Por conta disso, o trânsito amanheceu caótico na capital nesta segunda-feira, com lentidão em avenidas como Cristiano Machado, Antônio Carlos, Pedro II e Contorno. No Complexo da Lagoinha passam cerca de 80 mil veículos por dia.

“Quando o engenheiro chegou aqui ontem (domingo) à noite e se deparou com trincas, ele interditou o local sob o risco de desabamento. No entanto, hoje (segunda), verificou-se que não havia risco”, explicou o coronel Alexandre Lucas, coordenador da Defesa Civil de Belo Horizonte.

Durante a manhã, duas faixas da esquerda da trincheira foram liberadas, enquanto as duas da direita permaneceram interditadas. À noite, a Empresa de Transportes e Trânsito (BHTrans) anunciou a liberação total da pista sobre a trincheira. Além disso, informou que os reparos seriam interrompidos à 1h desta terça-feira (21), quando todas as faixas seriam liberadas, e retomados às 9h de terça, com a interdição das duas pistas da esquerda da parte de baixo.

A BHTrans ressaltou que existem sinalizações da altura máxima no local a 600 m, 500 m e 150 m de distância e que todas elas avisam sobre o caminho que veículos acima da altura permitida devem fazer.

O engenheiro especialista em estruturas Ubirajara Alvim Camargos explicou que, na área onde houve o dano, o concreto não tem função estrutural. “Ele protege as ferragens das vigas para não haver corrosão, e essa camada de proteção é que foi atingida”, explicou. Segundo ele, a melhor solução para evitar acidentes seria instalar um limitador de altura antes da trincheira.

Custos

Prejuízo. Segundo a Sudecap, os custos dos reparos estão sendo estimados e serão arcados pela empresa para a qual o motorista da carreta trabalha, a Terraplanagem Modelo.

Carteira de condutor está vencida

O motorista da carreta está com a carteira vencida desde abril e informou, segundo a PM, que estava providenciando a renovação. Ele passou por teste de alcoolemia, que deu negativo, mas foi multado por aquela infração e também por transitar sem autorização com veículo ou carga com dimensões superiores ao previsto na sinalização e transitar danificando via, instalações e equipamentos.

Já a empresa foi multada por permitir a falha, segundo o sargento Márcio Roberto Pereira, do Batalhão de Trânsito. Coordenadora administrativa da Terraplanagem Modelo, responsável pelo veículo, Renata Costa disse que a companhia só soube da situação do motorista após o caso. “Lamentamos os transtornos causados à população”, disse.

Caminhão com carvão fica preso

Um caminhão carregado com carvão ficou preso no viaduto Beatriz, em Contagem, na região metropolitana, na tarde desta segunda-feira. Com a carga, ele ultrapassava a altura máxima no local, de 5,3 m. Segundo a Transcon, o trânsito ficou interditado em meia pista por uma hora e meia. Não houve abalo na estrutura do viaduto. O condutor foi autuado por não ter autorização de circulação de veículo com carga. O caminhão foi detido. 

Também em Contagem, uma carreta bateu em um poste ao tentar fazer um desvio pela alça de acesso da avenida Babita Camargos para a marginal da Via Expressa. (Priscila Mendes/ RM)