Decisão judicial

Usuários do metrô começam a estocar bilhetes após aumento da tarifa

Na bilheteria, não há avisos nem previsão de quando o novo valor começará vigorar

Por Aline Diniz
Publicado em 23 de abril de 2019 | 16:47
 
 
 
normal

A notícia de que a tarifa do metrô de Belo Horizonte vai passar de R$ 1,80 para R$ 3,40, conforme reajuste de 88,8% autorizado ontem pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), causou uma corrida às bilheterias do sistema. O funcionário do Senai Cássio Márcio Silva, 41, foi um dos usuários que não perdeu tempo.

“Comprei cem bilhetes. É um aumento muito considerável, são mais de R$ 60 por mês no meu caso. Levando em consideração que a poupança tem rendimento muito baixo, é até um bom investimento a pessoa que puder comprar agora”, afirmou ao deixar a bilheteria da estação Eldorado, em Contagem, na região metropolitana. 
A data do reajuste não foi divulgada pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Por meio de nota, a empresa informou que vai “avaliar os próximos passos”. 

Na decisão, o desembargador Carlos Moreira Alves justificou que a CBTU coleciona prejuízos com o congelamento do aumento, cuja discussão começou em maio de 2018. “Na realidade, com custos e despesas que somaram R$ 1,24 bilhão em 2017, e face à arrecadação tarifária de apenas R$ 160 milhões, significa que a receita da CBTU cobriu menos de 13% do custeio”, pontuou Alves.

O estudante de direito Raimundo Bartolomeu, 67, saiu de Ibirité, na região metropolitana, para comprar bilhetes para um amigo da faculdade – 40 minutos de viagem até a estação Eldorado. “Comprei para um amigo da faculdade. A mensalidade já é muito cara, e fiquei sabendo que vai aumentar a passagem, agora não tem volta”, relatou. Bartolomeu garantiu 50 bilhetes para o colega.

Surpresa

Outros usuários estavam desavisados sobre o aumento. Moradora de BH, a operadora de máquina Amanda Moura Nascente, 21, tem medo até de perder o emprego, que é em Contagem. “Não esperava (o reajuste) e acho absurdo. Poderia aumentar, já que (o metrô) corta a cidade, mas não de uma vez. Eu não esperava. Dá muito medo de ser demitida”, desabafa.

A serviços gerais Lucilene de Menezes, 50, tem o mesmo receio. “A empresa já paga R$ 540 só de passagem todo mês. Está tudo tão difícil, dá medo (de ser demitida)”, declarou.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!