Barragem Brumadinho

Vale diz que recuperação do rio Paraopeba é possível

A empresa disse que com os dados de quase 300 mil análises da água, solo, rejeito e sedimento será possível recuperar o rio Paraopeba

Por Da redação
Publicado em 23 de março de 2019 | 10:47
 
 
 
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A Vale, responsável pela barragem I da Mina Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, disse que com os dados de quase 300 mil análises da água, solo, rejeito e sedimento será possível recuperar o rio Paraopeba. 

"Sua recuperação ambiental depende de um conjunto de ações, entre as quais a contenção de rejeitos sólidos que estão próximos ao local onde ficava a estrutura. Junto com outras empresas e instituições, a Vale está elaborando um plano para a bacia do Paraopeba, que vem sendo discutido com órgãos ambientais", informou a Vale por texto. 

O rompimento ocorreu no dia 25 de janeiro deste ano e segundo a mineradora desde então a empresa iniciou um detalhado monitoramento do rio, com coletas de amostras diárias de água, solo e avaliação dos níveis de turbidez.

Atualmente, são 65 pontos de monitoramento em pontos acima do local do rompimento da B1, no córrego Ferro Carvão, nos rios Paraopeba e São Francisco, nos reservatórios das usinas de Retiro Baixo e Três Marias, além de outros oito rios tributários do Paraopeba. Foram coletadas amostras de rejeitos em 30 pontos próximos à B1 (inclusive dentro da barragem) e 12 ao longo do rio. 

O trabalho - que resultou nas 300 mil análises realizadas até o momento - vem sendo conduzido por quatro laboratórios especializados contratados pela Vale, envolvendo aproximadamente 250 profissionais. A Coppe-UFRJ (Coordenação de Programas de Pós-Graduação em Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro) foi contratada para avaliar a metodologia aplicada e fazer a validação dos dados já apresentados pelos quatro laboratórios.
 
Uma das certezas de que o rio pode ser recuperado veio dos testes de ecotoxicologia, que medem os efeitos dos elementos químicos em organismos sensíveis a alterações ambientais, presentes ao longo da bacia do Paraopeba e São Francisco, incluindo a sua foz, no Oceano Atlântico. Os técnicos não detectaram alteração aguda em nenhuma das amostras do microcrustáceo Daphnia similis. 

Ensaios com a bactéria Vibrio fisheri evidenciaram que as condições anteriores estão sendo mantidas após a passagem da pluma, sendo não tóxico para 97% das amostras.

Já em relação às análises para medir a contaminação de peixes, os resultados demonstram ausência de toxicidade para 100% das amostras coletadas até o momento referente a esses organismos aquáticos. Outras análises em animais domésticos e culturas agrícolas que se encontram no entorno do rio e que tiveram contato com a água estão em desenvolvimento.
 
"Lamentamos profundamente o ocorrido, mas faremos tudo o que for necessário para recuperar a bacia do rio Paraopeba, pois bem sabemos que isso é possível", afirma Gleuza Jesué, gerente-executiva de Gestão Ambiental da Vale.

Com assessoria de imprensa da empresa Vale 

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