Denunciado por maus-tratos a animais, o veterinário Marcelo Dayrell será julgado nesta quarta-feira (19) pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), em Brasília. Em análise estarão procedimentos adotados durante o atendimento que resultou na morte da cadela Malu, da raça Beagle, em julho de 2019. O profissional alega inocência.
Este é o segundo julgamento no qual é submetido o veterinário neste ano. Em abril deste ano ele chegou a ser julgado pela morte do cão Rambo, da raça um Rottweiler, que teria sido diagnosticado de maneira falsa com leishmaniose. Ele foi condenado a pagar uma multa, mas não teve a licença cassada.
Dayrell é um dos proprietários da clínica Animed, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, onde ocorreram os supostos crimes de maus-tratos. Entre eles, retirada de sangue de animais levados para banho e tosa, sem autorização dos tutores, com objetivo de venda; e demora para comunicar ao tutor sobre a morte do animal para estender o período de internação.
As denúncias foram apresentadas pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) em outubro do ano passado. Ao todo, foram citadas 13 pessoas.
De acordo com a denúncia oferecida pela Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente de Nova Lima e pela Coordenadoria Estadual de Defesa da Fauna (Cedef), a clínica causava sofrimento aos animais e a seus tutores que acabavam pagando qualquer quantia para tentar salvar os bichos.
Os crimes, segundo a denúncia do MPMG, eram cometidos com a participação dos médicos veterinários e dos gerentes que trabalhavam no local, além do advogado, que impedia o vazamento de denúncias às autoridades por meio de intimidações relacionadas à adoção de medidas processuais ou administrativas contra quem denunciasse a clínica.
À época da denúncia oferecida pelo Ministério Público, a defesa de Marcelo Dayrell e Francielle Fernanda (também sócia e igualmente denunciada) afirmou que os veterinários são “vítimas de uma série de denúncias falsas, disseminadas com intuitos escusos”.
“A Animed Hospital Veterinário sempre seguiu rigorosamente todos os preceitos éticos e pauta sua atuação pelo bem-estar animal”, garantiu à época.