REGIÃO METROPOLITANA

Violência faz escola suspender aula por três dias em Santa Luzia

Um grupo de alunos chegou a arrombar um armário e furtar materiais pedagógicos; vândalos ainda não foram identificados

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 28 de maio de 2014 | 16:44
 
 
 
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Brigas entre alunos, ameaças a professores e falta de respeito com outros funcionários fizeram com que, em parceria com os colaboradores, a diretoria de uma escola de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, suspendesse as aulas do período da tarde por três dias, a partir desta quarta-feira (28).

A Escola Estadual José Maria Bicalho, localizada no bairro Frimisa, trabalha em três turnos atendendo a cerca de mil alunos. No período da tarde, são 350 alunos do 6º ao 9º ano. “Realmente, a violência nesse horário é muita. Tenho uma filha de 13 anos que estuda lá e a situação está muito complicada”, disse a mãe de uma das estudantes, que pediu para não ter o nome divulgado.

O diretor da instituição, Tarley Santos, contou que a decisão é uma forma de protesto dos funcionários. “Além das agressões verbais, um grupo de alunos, que ainda não foi identificado, está danificando os equipamentos escolares”, disse o diretor.

Além disso, durante o intervalo entre as aulas, os estudantes chegaram a arrombar um armário e furtar materiais pedagógicos. A Polícia Militar realiza a Patrulha Escolar nas escolas, mas nem o sistema coíbe os vândalos.

“Já mandamos um ofício para a Secretaria de Estado de Educação. Precisamos de mais segurança e queremos um ambiente harmônico”, desabafou Santos.

Na próxima segunda-feira (2), os alunos deverão comparecer à escola com os pais ou responsáveis. A intenção da diretoria e fazer uma reunião com os adultos e tentar traçar metas para diminuir a violência.

Por nota, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais informou que "não foi comunicada pela direção da Escola Estadual José Maria Bicalho sobre a suspensão das aulas no turno da tarde. A Superintendência Regional de Ensino Metropolitana C, responsável pela escola, enviará um inspetor escolar para verificar os problemas apontados pela direção e tomar as medidas necessárias".

Segundo o tenente-coronel Carvalhais, comandante do 35º Batalhão, que atende a Santa Luzia, as duas equipes da Patrulha Escolar da cidade fazem rondas frequentes não só na Escola Estadual José Maria Bicalho como em todas as outras instituições de ensino da cidade. Os militares priorizam os horários de entrada e saída de alunos, além dos intervalos. "Quando somos solicitados pela direção da escola, fazemos visitas em outros horários e mais frequentes para conversar com alunos, professores e direção, não para intimidar, mas para prevenir a violência. Mas ainda não tive uma solicitação formal dessa escola", informou.

O tenente-coronel destacou, ainda, que outra ferramenta para coibir a violência é o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd). Militares treinados conversam e usam uma metodologia focada no lúdico para orientar crianças e adolescentes a evitarem a violência e as drogas.

Atualizada às 19h17.

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