Apesar de os belo-horizontinos ainda não separarem o lixo em percentual expressivo, os garis que atuam na cidade comemoram um crescimento gradativo. Wesley Gonçalves, 24, está há três anos na função e acredita que o montante de recicláveis coletados aumentou em alguns bairros. “Algumas rotas, como Belvedere, Mangabeiras e Serra (todos na região Centro-Sul) são mais pesadas, e pegamos muita coisa”, contou.
Mesmo assim, ainda há muito desperdício. Tanto de tempo e de pessoal, no caso dos caminhões de lixo que passam, em suas rotas, por bairros não atendidos, quanto de material. Segundo os garis, muitos moradores ainda misturam o lixo reciclável com o orgânico, o que impossibilita a reciclagem e também expõe os profissionais a riscos. A população coloca vidro quebrado sem embalar em jornal, seringas e materiais contaminados. “No bairro Santo Antônio, que deve ter muito morador idoso, vemos muita seringa”, afirmou Gonçalves, mostrando os vários cortes de vidro no braço.
O colega José Luís, 50, que atua como gari há 15 anos, mas hoje está no caminhão dos recicláveis, entendeu a importância do trabalho. “Hoje vejo que na coleta do lixo normal tem muito material que não é aproveitado”, disse.
Prefeitura. Desde 2007, quando o programa de coleta seletiva foi implantado em Belo Horizonte, ele não teve expansão significativa e abrange apenas 34 bairros.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias da capital para o ano que vem prevê expansão da coleta seletiva para 80 bairros. A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), no entanto, como O TEMPO mostrou no mês passado, trabalha com uma meta de 60 bairros contemplados até 2016.