Investigação

Zema promete apurar denúncias de intimidação da PM no Carnaval de BH

No Twitter, governador de Minas afirmou que, se comprovado, os autores serão penalizados

Por Da redação
Publicado em 25 de fevereiro de 2020 | 17:59
 
 
 
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O governador de Minas Romeu Zema (Novo) garantiu, nesta terça-feira (25), que o Estado vai investigar as denúncias de arbitrariedade e intimidação supostamente cometidas pela Polícia Militar no Carnaval de Belo Horizonte 2020. Os relatos foram feitos por foliões e por membros dos blocos que desfilam na capital mineira.

“Irei apurar as denúncias e abrir investigação para identificar os responsáveis”, afirmou ele, em mensagem compartilhada por Zema no Twitter. “Se comprovada a má conduta, os autores serão penalizados”, ressaltou o governador. 

 

“Repudio veementemente todo e qualquer tipo de abuso de autoridade, ato de violência física ou moral contra o cidadão”, finalizou Zema.  

O outro lado 

Em nota, a Polícia Militar de Minas Gerais afirmou que "não coaduna com abuso de autoridade ou desvio de conduta e atua com transparência e lisura na apuração de toda denúncia que chega ao conhecimento da instituição". 

Ainda segundo a corporação, durante o período de Carnaval a Ouvidoria da Carregedoria da PM funcionou, em esquema de plantão, para receber  "qualquer reclamação sobre a atuação de policiais militares".

"A PMMG esclarece ainda que sempre estará em condições de prestar esclarecimentos de sua atuação e acredita em seu papel de garantidora dos direitos humanos e das liberdades individuais", afirmou a PM.

Entenda o caso

Na quinta-feira (20) policiais militares foram até a casa do cantor dos blocos Havayanas Usadas e Raga Mofe, Heleno Augusto, e pediram que ele se abstivesse de “adotar qualquer gesto, palavras ou ações que tenham o potencial de incitar nos participantes atos que atentem contra a tranquilidade e segurança pública”, segundo o boletim de ocorrência lavrado pelos policiais.

Nessa segunda-feira (24), o núcleo de Direitos Humanos da Defensoria Pública de Minas Gerais emitiu uma recomendação à Polícia Militar para que a corporação se abstenha de direcionar os representantes dos blocos de Carnaval sobre o conteúdo de suas falas quando elas forem políticas, sob pena dos policiais praticarem censura.

A Defensoria recomendou também que os policiais cumpram o dever constitucional e zelem pelas liberdades de pensamento, de reunião e de manifestação, incluídas as de cunho político, sem passar pela aprovação subjetiva da corporação. 

Por fim, a Defensoria pediu que os policiais não interfiram no cortejo dos blocos autorizados a desfilar. De acordo com a defensora pública Carolina Morishita Ferreira, a Defensoria  está acompanhando a atuação da PM nos últimos dias e entendeu que era necessário que fosse recomendada a abstenção da polícia em cercear os direitos dos blocos e foliões.

Em nota enviada à reportagem, a Polícia Militar de Minas Gerais informou que realizou visitas comunitárias com representantes de alguns blocos e que foram repassadas informações “para que se evitassem estímulos à violência e ocorrências de crimes durante o Carnaval”. As visitas, afirma a PM, não tiveram cunho intimidatório ou repressivo e sim preventivo. Foi solicitado o apoio dos blocos para a divulgação de dicas preventivas durante suas apresentações.

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