Sob o coro de “Fora Zema” e slogans como “Congresso inimigo do povo” e “Centrão inimigo do povo”, manifestantes da esquerda ocuparam um quarteirão na Praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira (10/7), e realizaram um ato contra o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e contra decisões recentes do Congresso Nacional.

Entre as reivindicações e críticas à classe política, estão o fim da escala 6 x 1, a taxação dos bilionários, a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), além da oposição à ideia de privatização da Copasa e da Cemig.



De acordo com o diretor de Cultura do Sindicato dos Eletricitários de Minas Gerais (Sindieletro-MG), Marcelo Borges, o Congresso Nacional tem votado contra a taxação dos “super-ricos” e continua impondo impostos aos trabalhadores — um dos fatores pelos quais a esquerda organizou a mobilização.

Borges também demonstrou indignação com a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que, nessa quarta-feira (9/7), impôs taxação de 50% sobre produtos brasileiros. “Nossa proposta é taxar os bilionários e implementar a isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000. E essa proposta do imperialista norte-americano (Trump), quanto às decisões brasileiras... Ele não tem que meter a colher aqui, não. Ele tem que cuidar da casa dele. Aqui é o nosso país, e nós, povo brasileiro, é que vamos decidir se queremos ou não queremos. Se devemos ou não julgar este ou aquele por algum crime cometido (referindo-se a Bolsonaro)”, disse o diretor.

Recado para Zema

De acordo com Marcelo, Romeu Zema está tentando destruir a Constituição Mineira, referindo-se à possibilidade de o Executivo privatizar a Cemig e a Copasa. “Ele tenta destruir o que Itamar Franco colocou na Constituição Mineira, que é vender uma empresa pública somente com a maioria dos votos dos parlamentares mineiros e, se assim for, com a realização de um plebiscito público, um referendo, para decidir se deve ou não vender as empresas mineiras. E ele está tentando retirar essa exigência de referendo para poder vender a Cemig e a Copasa para seus amigos. E nós não vamos permitir isso. Estamos brigando. Ele tem planos para se candidatar à Presidência da República, e o tempo dele está acabando. Ele está querendo fazer isso a qualquer custo. Nós não vamos permitir isso”, acrescentou o diretor do Sindieletro.