No primeiro semestre de 2021, importantes passos foram dados no sentido da reparação integral dos danos decorrentes do rompimento da barragem B1, em Brumadinho. Os esforços têm se concentrado em ouvir os atingidos e avançar nos projetos sociais, ambientais e econômicos.
Uma das prioridades é garantir a indenização individual aos impactados pelo rompimento. Cerca de 10,5 mil pessoas já celebraram mais de 5.100 acordos de indenização cíveis e trabalhistas. Para avançar e consolidar as medidas voltadas à reparação integral e ao apoio ao desenvolvimento de Minas Gerais, o importante acordo firmado com o governo estadual e instituições de Justiça prevê a destinação de cerca de R$ 37,7 bilhões para projetos socioeconômicos e socioambientais nas regiões impactadas.
Estão previstos repasses para todos os municípios do Estado de Minas Gerais e projetos estruturantes para as regiões diretamente impactadas, além da criação de um programa de transferência de renda às famílias atingidas em substituição ao auxílio emergencial, disponibilizado pela Vale. O acordo prevê ainda diretrizes para a reparação ambiental e a transferência de recursos ao poder público – o que vai propiciar o desenvolvimento de projetos de mobilidade urbana, melhorias para as defesas civis, Corpo de Bombeiros, Fundação Ezequiel Dias, entre outros.
Paralelamente, outras iniciativas estão em andamento desde as primeiras horas após a ruptura, dois anos atrás. A Vale também vem implementando ações de reforço da segurança das barragens de sua propriedade, em alinhamento com as autoridades competentes, e atuando nas regiões onde houve a evacuação de famílias – 480 precisaram sair de suas casas de forma preventiva, por conta do nível de emergência das barragens.
Para cuidar das famílias e atender as necessidades mais urgentes das comunidades, a Vale tem priorizado iniciativas e recursos para projetos que também permitam mudanças duradouras, como a descaracterização de barragens, apoio à saúde básica e ações para incentivar a diversificação econômica de municípios.
“Não podemos mudar o passado, mas temos a obrigação moral, técnica e legal de transformar o futuro. Encarar os familiares, a cidade e ver todo o transtorno causado provoca uma reflexão intensa”, disse Marcelo Klein, diretor especial de Reparação e Desenvolvimento
Mini-entrevista com Marcelo Klein
O que muda na reparação a partir da assinatura do Acordo de Reparação Integral com o Estado de Minas Gerais e as Instituições de Justiça? O acordo foi importante para trazer legitimidade, clareza dos papéis das várias partes envolvidas e previsibilidade ao nosso compromisso de reparar integralmente os danos causados. Nesse sentido, o acordo leva em consideração as diversas ações que foram tomadas logo após o rompimento e que, por sua natureza, requeriam atuação imediata por parte da Vale. Desde o primeiro momento, assumimos nossa responsabilidade e nos mobilizamos para atender as necessidades mais imediatas dos atingidos. Investimos mais de R$ 12 bilhões desde 2019, dos quais R$ 6,27 bilhões estão contidos no referido acordo.
Como está a situação de Córrego do Feijão, comunidade mais atingida pelo rompimento? Buscamos construir junto com a comunidade um legado para Córrego do Feijão por meio do projeto do Território-Parque. Nosso objetivo é honrar a memória das vítimas, melhorar a infraestrutura, reativar a economia, valorizar a natureza e o turismo, como forma de reparar e compensar os impactos do rompimento. As primeiras entregas serão feitas no primeiro semestre de 2022 e serão geridas pela própria comunidade, que receberá treinamento adequado. Os negócios locais que funcionarão nesses centros serão impulsionados pelo nosso Programa Empreendedorismo Social Comunitário.
p>Após Brumadinho, algumas famílias foram realocadas por falta de estabilidade das barragens. O que está sendo feito para compensar essas comunidades? Inicialmente, nossos esforços se voltaram para o suporte e as negociações com as famílias, para que pudessem escolher as moradias, de acordo com suas necessidades. Cerca de 480 famílias foram realocadas e, desde que saíram de suas casas, têm suas despesas fixas, cesta básica e gás pagos pela empresa, para que negociem suas indenizações com mais tranquilidade. Também temos o compromisso de desenvolver ações que permitam que as famílias removidas retomem, dentro do possível, suas condições de vida anteriores. Para isso, a participação social é fundamental. Nossos planos de compensação e desenvolvimento estão sendo construídos após a escuta ativa aos moradores, que nos indicam as obras e iniciativas que consideram prioritárias para seus municípios. Entre as ações estão reformas de escolas, igrejas e praças, construção de centros de saúde, projetos de iluminação pública e outros.
30 barragens. Vale trabalha para descaracterizar estruturas a montante