A Secretaria de Estado de Saúde registrou, entre 1º de janeiro a 25 de abril, 6.643 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em Minas. O número é 516% maior que o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 1.078 casos.
Segundo o levantamento oficial, apenas nas duas primeiras semanas epidemiológicas (por convenção internacional, contadas de domingo a sábado) o ano de 2019 apresentou número maior de internações se comparado a 2020: foram 47 na primeira semana do ano passado e 49 na segunda, contra 31 na primeira semana deste ano e 41 internações na segunda.
Mas a partir da terceira semana, com início em 12 de janeiro, 2020 superou o número de internações. O pico foi na semana epidemiológica 13, entre 22 e 28 de março: foram 1.108 no período, 1.037 casos a mais que na do ano passado.
Na 17ª semana (entre 19 e 25 de abril), a última que teve seus dados levantados pelo Estado, Minas teve 676 internações, contra 147 no mesmo período do ano passado. Segundo a última atualização, no dia 20 de abril, 2019 teve 120 óbitos, enquanto 2020 registrou 439 mortes.
A SRAG é considerada um dos sintomas mais graves do novo coronavírus. Outras doenças podem causá-la, como gripe e pneumonia.
Análise
Segundo o infectologista Carlos Starling, esse aumento “importante e significativo” pode estar associado ao coronavírus, porém, vale destacar que estamos em uma época do ano que o clima favorece a circulação dos mais diferentes vírus.
“Isso se deve muito provavelmente ao efeito corona, com essa situação de que temos um novo vírus aliado a outros vírus que já circulam nessa época. Agora que estão chegando testes com mais disponibilidade é que poderemos começar a destrinchar essa síndrome, se isso é influenza, se é metapneumovírus ou se é novo coronavírus”, diz. (Colaborou Bruno Mateus)