E mesmo com o crescimento dos casos de coronavírus em Minas Gerais – pelo menos 140 cidades já tiveram confirmações da doença, conforme boletim da Secretaria de Saúde –, o governador Romeu Zema (Novo) revelou que cerca de 55% das cidades no Estado já normalizaram a rotina e não cumprem mais o isolamento social. "São cidades de até 10 mil habitantes, onde não há transporte público, aglomerações e nenhuma suspeita da doença”, justificou.

A declaração foi dada hoje, durante o 2º Webinar Hub Inova Juntos – Caminhos para a recuperação socioeconômica dos Estados. Zema foi um dos governadores convidados e ainda apresentou o programa Minas Consciente – Retomando a economia do jeito certo, lançado nesta semana para orientar a retomada segura das atividades econômicas nas cidades do Estado.

“Em alguns casos, gestores públicos adotaram o afrouxamento da quarentena sem critérios. Em outros, muitos gostariam de optar pelo relaxamento e não sabiam como fazer. O protocolo dará mais segurança e apontará o melhor caminho sem colocar em risco a vida da população”, garantiu Zema.

Conforme o governador, o governo de Minas quer articular com prefeitos sobre a reativação gradual de comércio, serviços e outros setores, com a adoção de protocolos sanitários, como uso dos equipamentos de proteção individual pelos funcionários e limitação da entrada de pessoas nos estabelecimentos, para evitar a disseminação do vírus nessas cidades.

O programa recomenda a liberação das atividades econômicas de forma progressiva – elas foram classificadas em quatro categorias, que vão de serviços essenciais e setores de baixo, médio e alto risco. Segundo o governo, cada prefeitura municipal fica responsável por adotar ou não o relaxamento conforme a taxa de evolução do coronavírus na região.

Crise na arrecadação

Durante o evento, o governador Romeu Zema também comentou o agravamento da situação financeira em Minas Gerais devido à forte queda na arrecadação provocada pela pandemia do coronavírus. Só em abril, segundo o chefe do Executivo estadual, o rombo chegou a 23%. "Quanto às medidas de austeridade, adotamos cortes de custeio em todas as secretarias”, complementou.

Zema lembra que o Estado só conseguiu honrar os compromissos do mês, principalmente o pagamento dos salários dos servidores, devido a uma receita extraordinária de precatórios no valor de R$ 781 milhões. Já em maio, o pagamento dos débitos vai depender da ajuda do governo federal para compensar a perda de ICMS. "Poderá haver um colapso total total das contas", alertou.

No fim, o governador comentou a saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. “É lamentável. Sempre fui admirador do juiz Moro. O episódio acontece em um momento de crise na saúde na economia”, completa.

Além de Zema, participaram da videoconferência os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB); do Pará, Helder Barbalho (MDB); de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM); além do vice-governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (DEM).