O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, celebrou missa na tarde desta sexta-feira (1º), feriado do Dia do Trabalhador, no Santuário Basílica Nossa Senhora da Piedade, padroeira de Minas Gerais.
No dia de São José Operário, Dom Walmor ressaltou que “nenhum sistema econômico ou político pode passar por cima do trabalhador” e se mostrou preocupado com as consequências da pandemia entre a classe operária, principalmente os desempregados. “A situação é grave”, disse.
A missa, sem a presença de fiéis, foi transmitida pela TV Horizonte e também pelas redes sociais. Dom Walmor abençoou os trabalhadores e desejou saúde e paz para aqueles que estão lutando para se recuperar da doença e também para os profissionais da saúde, “que se envolvem nesse trabalho tão importante”. “Suplicamos saúde e paz como preces para todos nós, lembrando, especialmente, aqueles que estão lutando com mais dificuldade para se recuperarem de muitas enfermidades, inclusive da infecção do coronavírus”, comentou.
Em sua fala, o presidente da CNBB também ressaltou que esse período deve servir de aprendizado, caso contrário “caminharemos para um novo fracasso que irá pesar sobre nosso ombros”. Segundo o presidente da CNBB, que afirmou ser um privilegiado por celebrar a missa em uma data tão importante, “esse momento gravíssimo político, sanitário e econômico possa ser uma oportunidade de novos caminhos”.
Sobre o mês de maio, o arcebispo de BH lembrou a importância de se reforçar o significado do Dia do Trabalhador e que esse período seja também de esperança “para vencer a pandemia com rapidez”.
Críticas à mineração
Dom Walmor criticou fortemente a mineração na serra da Piedade, “gananciosa e inescrupulosa”, e disse que “esse é um tipo de trabalho que pode gerar sustento para muitos, mas depreda a natureza e passa por cima de outros direitos”. O arcebispo de BH também avaliou que a pandemia “nos faz pagar um preço de um esgotamento do meio ambiente, de condições de vida”.
Por fim, ele afirmou que é preciso ter dignidade no trabalho, assim como é fundamental priorizar a vida humana e a natureza em qualquer situação: “O empreendimento é importante, mas que não passem por cima da vida humana, que não destruam o meio ambiente e que possam contribuir para uma sociedade fraterna”.