BRASÍLIA - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), recorreu a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir que a Corte liberasse Jair Bolsonaro (PL) para viajar aos Estados Unidos.

A razão seria um eventual encontro com o presidente norte-americano Donald Trump para negociar a suspensão das tarifas de 50% que, segundo os Estados Unidos, serão aplicadas aos produtos brasileiros a partir de agosto. A informação é de Mônica Bergamo, do jornal "Folha de S. Paulo".

Segundo a colunista, os ministros rejeitaram a possibilidade e entendem que há risco de fuga de Bolsonaro para os Estados Unidos com possível concessão de asilo político por Trump.

Ainda conforme a publicação, a ideia é que Bolsonaro, apesar de não ter mandato que desse a ele o direito de negociar, viajaria com os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

O líder da bancada do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), reagiu à notícia nesta sexta-feira (11/7) à tarde. "Inacreditável! Tarcísio de Freitas ligar para ministros do STF propondo autorização para Bolsonaro viajar aos EUA para negociar com Trump? Isso é crime. Articulou abertamente para facilitar a fuga de Bolsonaro", publicou em uma rede social.

"Espero que essa versão de que Bolsonaro viajaria acompanhado de Hugo Motta e Alcolumbre não seja verdadeira. Iam pedir autorização do Trump para votar a anistia no Congresso?", disparou.

Tarcísio intensificou a proximidade com Bolsonaro nos últimos dias. Nessa quinta-feira (10/7), pouco depois do anúncio da sobretaxação de Trump, o governador de São Paulo viajou para Brasília e almoçou em uma churrascaria com o ex-presidente.

Fotos de Tarcísio usando um boné com o slogan de Trump — "Make America Great Again", o MAGA — também ganharam espaço nas redes sociais nas últimas horas. O governador chegou a apagar a imagem de seu perfil no Instagram.

Nos bastidores do PL, Tarcísio é tratado como sucessor natural de Jair Bolsonaro, que, inelegível, não pode concorrer à próxima eleição presidencial.