Alinhado com o discurso do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), o ministro da Saúde, Nelson Teich, disse nesta quarta-feira (29) que o governo federal nunca mudou a orientação do distanciamento social como medida eficaz de combate à pandemia do novo coronavírus.

"Onde estamos vendo isso, é uma orientação dos governadores. A nossa orientação,desde o começo, é o distanciamento. Conforme esse isolamento for mantido, a gente vai ter problemas de saúde mental. Pode ser que as pesosas comecem a sair disso (do isolamento social) por isso"

"A gente tem que acompanhar tudo isso como ministério, mas o ministério nunca se posicionou para a saída do distanciamento, isso tem que ficar muito claro", afirmou Teich durante uma sabatina virtual feita pelo Senado.

Respiradores e EPIs

Durante a sabatina, o ministro antecipou que o governo irá em breve criar um protocolo com diretrizes para que Estados e municípios possam utilizar como guia para o relaxamento gradual da quarentena. "A gente vai colocar as variáveis, mas a decisão de adotar as medidas será plena de Estados e municípios", disse.

Sobre a falta de respiradores e EPIs (máscaras, luvas etc) nos hospitais, Teich também disse que o ministério irá criar um novo canal de contato para que todo problema ligado a isso seja tratado de forma mais ágil. 

Avanço das mortes 

Teich lamentou o avanço no número de mortes pela Covid-19 no Brasil, mas salientou que o problema é mundial. A fala do ministro vem logo após a repercussão ruim das declarações de Bolsonaro sobre o recorde de mortes no Brasil (474) por Covid-19 registrado ontem.

"Vamos fazer tudo que tiver que ser feito pra sair dessa crise da forma mais rápida e com menos morte possível. A gente não é indiferente ao sofrimento e a morte das pessoas, mas, infelizmente, isso é um problema que afeta o mundo hoje", concluiu.