A Procuradoria Geral da República (PGR) anunciou ontem que vai investigar os motivos para a troca no comando da Superintendência da Polícia Federal (PF) do Rio de Janeiro. A mudança foi uma das primeiras decisões tomadas pelo novo diretor geral da PF, Rolando Alexandre de Souza.

O caso será analisado no inquérito já aberto pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apura as acusações do ex-ministro Sergio Moro de que o presidente Jair Bolsonaro tentou realizar interferências indevidas na PF.

A troca no comando da Polícia Federal no Rio foi anunciada nesta terça-feira (5) pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele deu declarações públicas na saída do Palácio da Alvorada, sua residência oficial, confirmando a mudança, apesar de ela não ter sido oficializada ainda, mas negou que fosse uma interferência sua na corporação.

"Não tem nenhum parente meu investigado pela Polícia federal (no Rio), nem eu nem meus filhos, zero. É uma mentira que a imprensa replica o tempo todo, dizendo que meus filhos querem trocar o superintendente (do Rio). Para onde está indo o superintendente do Rio? Para ser o diretor-executivo da PF. Eu estou trocando ele? Estou tendo influência sobre a Polícia Federal? Isso é uma patifaria. Cala a boca, não perguntei nada (quando repórteres perguntaram se ele havia pedido a troca)", disse o presidente, em tom irritado.

"(O delegado Carlos Oliveira) vai ser diretor-executivo a convite do atual diretor geral. Não interferi em nada. Se ele for desafeto meu e se eu tivesse ingerência na PF, não iria para lá. Não tenho nada contra o superintendente do Rio de Janeiro e não interfiro na Polícia Federal", afirmou Bolsonaro.