Andréia Horta comemora o fato de voltar à TV para falar sobre um assunto que é sua paixão: o cinema. Pelo terceiro ano consecutivo, a mineira de Juiz de Fora apresenta “O País do Cinema”, do Canal Brasil, que estreia nova temporada hoje, à 0h. “Eu tenho um prazer muito grande de apresentar esse programa porque são conversas sobre o processo criativo no cinema”, contou ela, orgulhosa por estar na atração, que promove um mergulho na produção nacional.
Em 2020, “O País do Cinema” chega com uma novidade: os episódios vão ao ar logo após a exibição dos filmes a que se referem, e a anfitriã recebe no estúdio profissionais envolvidos com a produção, como atores, produtores e diretores. “O público acaba de ver o filme e segue direto para uma conversa com os idealizadores, e isso é superinteressante, supergostoso”, disse Andréia.
“Vimos o quanto as pessoas têm interesse, ao acabar de ver um filme, de seguir numa conversa de meia hora sobre ele”, completou a mineira.
Dirigido por Marcello Ludwig Maia, a temporada terá 13 episódios, que foram gravados em dezembro de 2019. Andréia, que participa de todos os processos da atração, fez questão de ressaltar que “O País do Cinema” não está atrelado apenas aos filmes nacionais que acabaram de estrear. “Em cada temporada, sempre tem filmes dos anos 80, produções de dez anos atrás… a gente pode passear pelo cinema brasileiro”, garantiu ela.
Na estreia de logo mais, Andréia, por exemplo, recebe Matheus Nachtergaele e Virginia Cavendish para falar sobre “O Auto da Compadecida”, filme que completa 20 anos em 2020. Cleo, Mauro Lima, Carol Duarte, Gregorio Duvivier, Dira Paes e Alexandre Nero também estão na lista dos convidados da temporada. “A escolha dos convidados fica pautada pela disponibilidade deles, porque nem sempre é fácil conseguir agenda. Essas pessoas ralam muito! Mas todos nos interessam”, afirmou a apresentadora.
Reflexão
Estrela do filme “Elis”, Andréia Horta acredita que o programa “O País do Cinema” tem um papel fundamental para promover uma reflexão sobre a importância não só do cinema, mas da cultura, de um modo geral, no país, que é alvo de muitas críticas de políticos e de uma parcela da sociedade. “Nesta temporada, especificamente, um ponto que liga todas as entrevistas é a importância do cinema, a importância de se contar uma história, a importância de representar o nosso tempo para o nosso tempo”, pontuou ela.
“Temos um cinema muito plural no Brasil, produzimos cada vez mais em gêneros diferentes: comédia, terror, biografias… Temos um cinema riquíssimo hoje em Belo Horizonte e também em Pernambuco”, elogiou a mineira. “O Brasil inteiro estava produzindo muito até começar essa crescente erosão da máquina pública, atrapalhando a possibilidade de a gente continuar criando. E o resultado disso é que muitos artistas do país (gente do teatro, da música, da pintura, do cinema…) estão sem nenhum recurso, sem nenhum amparo do governo”, criticou ela, que ressaltou a importância do setor na economia do país, principalmente com a geração de empregos.
Andréia acredita que, diante dos ataques que a cultura e os artistas vêm sofrendo ultimamente, é preciso um trabalho de base, didático, “para clarear um pouco mais qual é o serviço que a arte faz em uma sociedade”. “A arte é uma expressão da alma humana e faz com que a gente se veja. Ela também nos faz pensar sobre a sociedade e a fazer uma reflexão, desperta em nós o pensamento crítico sobre o que vivemos”, afirmou. “A alma não se ilumina sem uma canção, sem um filme, sem um livro”, ponderou. “Sem isso, a gente vai batendo cabeça no escuro”, frisou.
Retorno às novelas
O ano de 2020 marcaria o retorno de Andréia Horta às novelas. Longe dos folhetins desde “Tempo de Amar” (2017), quando interpretou a vilã Lucinda, a atriz está no elenco de “Um Lugar ao Sol” – a trama escrita por Lícia Manzo está prevista para substituir “Amor de Mãe” na faixa das 21h, na Globo.
Entretanto, por causa da pandemia do novo coronavírus, ainda não se sabe quando a história vai ao ar. “Nós já estávamos trabalhando na novela; já tínhamos começado a gravar”, contou Andréia, referindo-se à suspensão das gravações.
A atriz será Lara, uma das protagonistas de “Um Lugar ao Sol” – Cauã Reymond também foi escalado para estrelar a história. Andréia acredita que, por causa da pandemia, a novela sofrerá algumas mudanças. “Por isso eu prefiro não falar nada sobre a personagem porque eu realmente não sei vai ter alguma mudança; estamos sem os capítulos”, explicou. Segundo a mineira, ela ainda não foi informada sobre o retorno das gravações.
Projetos
Além do programa “O País do Cinema”, Andréia Horta gravou, no ano passado, a série “Colônia”, do Canal Brasil. O programa é sobre o Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais. A atriz vive uma das personagens que foi internada na instituição psiquiátrica. “A série se passa na época da ditadura militar, é toda em preto e branco e terá dez capítulos. Ainda não tem data definida para estreia, mas está para estrear”, explicou Andreia. Também deve ser lançado neste ano o filme “O Jardim Secreto de Mariana”, de Sérgio Rezende, que a atriz também gravou em 2019.
Outro projeto que ela está envolvida é o Cara Palavra, que ela desenvolve ao lado das atrizes Bianca Comparato, Débora Falabella e Mariana Ximenes. Na criação coletiva, o quarteto registra a interpretação de textos e compartilha os vídeos no Instagram. “Nós escolhemos os textos que nós queremos gravar, escolhemos como queremos filmar, como contar aquela narrativa que a gente escolheu. Isso está fazendo com que a gente esteja em um processo criativo semanal”, contou Andréia.