Espetáculo

'Bibi, Uma Vida em Musical' chega a BH

Vida da grande dama do teatro é revista em espetáculo protagonizado por Amanda Acosta

Por Patrícia Cassese
Publicado em 10 de outubro de 2019 | 03:00
 
 
 
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A recepção calorosa do público deu a Amanda Costa a certeza de que “Bibi, Uma Vida em Musical” está no caminho certo: “O de valorizar a cultura, a história e as vidas de nosso país”, pormenoriza ela. Incorporando ninguém menos que Bibi Ferreira (1922-2019), uma das maiores lendas do teatro brasileiro, a atriz aterrissa em Belo Horizonte a bordo da montagem que, vale dizer, estreou em janeiro do ano passado e, desde então, coleciona 107 indicações a prêmios. Um feito e tanto.

Ao Magazine, Amanda conta que agradece todos os dias a oportunidade de integrar o projeto, que traz a assinatura de Artur Xexéo e Luanna Guimarães na dramaturgia e a de Tadeu Aguiar na direção. “A gente doa e recebe muito, é um fluxo de energia constante (com a plateia), uma troca linda”, exalta. Já sobre a dama que interpreta, os elogios não são menos exaltados. “Considero-a uma das maiores artistas do mundo, além de uma empreendedora da arte. Muito apaixonada pelo seu ofício, procurava dar sempre o seu melhor e, assim, conseguia acessar a alma de todos. Após as sessões, me emociono tanto com os mais jovens – que vêm até a gente com lágrimas, falando que pretendem pesquisar mais sobre o nosso teatro – quanto com as pessoas da ‘idade mais sábia’”.

E prossegue: "Bibi é tudo o que acredito como artista. Um exemplo de estudo constante, dedicação, amor... A história do teatro brasileira está atada à família dela". Claro, Amanda, como espectadora, teve oportunidades várias, de assistir a Bibi nos palcos. E não se fez de rogada. 

Agora nas vestes dela, prefere não citar uma música do repertório que mais a emocione. "Sinceridade?Todas as músicas, todos os momentos. Cada fase. eu falo: 'Meu Deus'. Mas sim, quando chego em 'Gota D'Água' e nas músicas de Piaf, é muito forte, as pessoas conhecem mais, se emocionam".

Para o jornalista e escritor Artur Xexéo, o maior desafio que ele e Luanna enfrentaram foi condensar uma vida tão intensa (o musical tem 165 minutos, com intervalo). “Ela trabalhou até os 90. Acompanhou vários movimentos – teve a Companhia de Comédia, foi estrela do teatro de revista, fez o teatro engajado nos anos 60 e foi pioneira dos musicais, com ‘My Fair Lady’. Abarcar tudo, só se a gente fizesse uma maratona de 24 horas”, brinca.

Em tempo: Bibi não só assistiu à peça (na temporada carioca, no Teatro Oi Casagrande)  quanto interagiu. “Foi uma noite histórica”, diz Amanda. "Durante a preparação, claro, não pude ter contato com ela (para não ter sua interpretação "contaminada"). Mas ela amou, participou de 'My Fair Lady', no final do primiero ato. Todo mundo começou a chorar muito ao ouvir a voz dela, da plateia. E comecei a cantar para ela. Na sequência, o público inteiro começou a cantar também... Olha, foi lindo, um momento único".

A vinda a BH marca a reta final da circulação pelo país, após a tradicional temporada Rio-São Paulo. O fecho será no Recife.

Agenda

Onde. Sesc Palladium (rua Rio de Janeiro, 1.046, centro)
Quando. Sexta (11), às 20h30; sábado, às 16h30 e 20h30.
Quanto. A partir de R$ 100 (inteira, plateia II).

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