'Como Vender Drogas Online (Rápido)' vai agradar jovens e apavorar pais

Cidadãos aparentemente pacatos que descobrem no tráfico uma maneira de resolver problemas financeiros não é novidade na TV ou no cinema. Porém, situar essa trama no universo estudantil é algo pouco explorado. Por mais que a série catalã “Merlí” tenha passado pelo assunto, quando o protagonista Pol Rubio (Carlos Cuevas) começa a vender drogas, o tema não foi muito adiante e o jovem logo desiste da atividade. Agora, no dia 31, a Netflix coloca no ar a série alemã “Como Vender Drogas Online (Rápido)”, que gira em torno do tráfico e tem como protagonista um estudante.

A série, baseada em fatos reais, aborda esse comércio ilegal que existe na chamada “deep web” e até em sites e aplicativos que servem de fachada para o tráfico. Apesar do tema, os criadores da atração, Philipp Käßbohrer e Matthias Murmann, afirmaram em entrevista ao site da revista “Variety”, que o seriado aborda, principalmente, a amizade. 

Tudo começa quando um estudante de 17 anos que mora numa pequena cidade da Alemanha passa a comandar, de seu quarto, a maior rede de venda de drogas online da Europa. A aventura pelo submundo começa, meio sem querer, quando o jovem decide reconquistar a ex-namorada. 

Nos trailers e teasers que a Netflix já soltou sobre a atração, dá para ver que o público vai se divertir, mas também ficar apreensivo. Segundo os criadores, a série é para entreter os adolescentes e “apavorar” os pais e mães. “Somos da primeira geração de jovens que fizeram coisas na internet as quais os adultos nem imaginam”, falaram à “Variety”. “As famílias estão preocupadas se os filhos vão acessar pornô ou violência na internet, mas estamos mostrando que, na verdade, a realidade é muito pior e perigosa”, divertem-se. “Hoje, os jovens podem fazer coisas online que podem destruir suas vidas como virar um chefão do tráfico ou, pior ainda, um youtuber!”

Veja o trailer:

“Como Vender Drogas Online (Rápido)” é uma das apostas da Netflix para este ano. A plataforma de streaming tem trazido boas atrações de fora dos Estados Unidos e criando no espectador uma nova postura em relação aos filmes e seriados europeus. 

“Dark”, que estreou em 2017, apresentou ao público um suspense bem complexo, com teorias físicas e mistérios que deram um nó no espectador. No dia 21 de junho, a Netflix traz a segunda temporada da série. “O Perfume”, inspirada no clássico de Patrick Suskind, é outro bom exemplo de série alemã na plataforma.

Anti-heróis ganham o público

Colocar cidadãos “de bem” no mundo do crime rende boas histórias na ficção e cria anti-heróis que, rapidamente, ganham a simpatia do público. A série “Weeds” (2005-2012) traz a atriz Mary Louise-Parker, na pele de Nancy Botwin, uma dona de casa que começa a plantar maconha no quintal de casa para sustentar os filhos, depois que o marido morre. Ela vê no crime a possibilidade de manter o nível econômico da família.

Já em “Breaking Bad” (2008-2013), Bryan Cranston ganhou fama ao viver Walter White, o professor de química que usa seus talentos para fabricar metanfetamina. Aqui, o protagonista encontra no tráfico um jeito de deixar a família bem financeiramente, após ser diagnosticado com câncer terminal. 

Nos cinemas, Clint Eastwood dirigiu “A Mula” (2018), sobre um setentão que se torna motorista dos traficantes do cartel de Sinaloa dentro dos Estados Unidos. O filme foi baseado na história real de Earl Stone, interpretado também por Eastwood.