O BDMG Cultural anunciou o resultado do Prêmio Flávio Henrique 2021, elegendo o álbum "Líricas breves para construção de uma alma", da cantora, compositora e pesquisadora Déa Trancoso, como melhor álbum de canção autoral. Lançado em janeiro de 2020, o trabalho foi produzido por Déa Trancoso com a colaboração de artistas de diversas áreas - música, poesia e artes -, que também participaram do trabalho. Dentre as participações nas 28 faixas do álbum, estão os nomes de Egberto Gismonti, Marcela Nunes, Marcelo Veronez, Mônica Salmaso, Ná Ozzetti e Titane.

A comissão de seleção para o Prêmio Flávio Henrique 2021 foi formada pela cantora e compositora Ceumar, pela cantora Fabiana Cozza e pelo jornalista e crítico musical Lauro Lisboa Garcia.

"Escolher um nome, um “vencedor”, não significou para nós romper uma linha de chegada, colocar ponto final na sentença. Mas, representar, pelas lentes e pela obra de Déa Trancoso uma direção humana e verdadeira, a mesma escolhida por cada um dos sujeitos participantes dessa edição. Escolhemos um álbum que pudesse ser barca e fundamento da poesia feita no Brasil. Escolhemos todos a arte como escudo, escuta e afetos. A arte como ar que salva os pulmões, as mentes, refazendo células e séculos de nós", avalia a equipe de seleção da premiação.
 

Criado em 2018, o Prêmio Flávio Henrique dedica-se a reconhecer a produção e a pesquisa em torno da canção feita em Minas Gerais. A premiação homenageia o artista mineiro Flávio Henrique (1968 - 2018), no intuito de preservar a sua inquietação artística e a sua dedicação à música.

"A sensação mais premente em ganhar o Prêmio Flávio Henrique é uma honra, que vai subindo e, quando chega no meu coração, espalha de volta pro corpo todo. A honra de ligar meu nome mais definitivamente ao nome do Flávio. A gente já tinha os nomes ligados porque ele praticou o mesmo ofício que eu pratico e, um pouco antes dele se encantar, a gente virou parceiro. A gente tem uma canção, ainda inédita, juntos", comemora Déa Trancoso.

A inspiração para o nome do álbum veio da filosofia, da ciência e do conhecimento tradicional e popular. As gravações, lentas e artesanais, quase todas feitas a capella, foram realizadas de 2015 a 2019, em Belo Horizonte, Bauru e São Paulo. Déa Trancoso assina direção artística, arranjos, produção executiva e fonográfica. A ilustração da capa é assinada por Andréa Tolaini e o projeto gráfico é de Ricardo Marques. A masterização do trabalho foi realizada pelo músico Rafael Dutra. O álbum é o sexto trabalho do catálogo do selo da artista, Tum tum tum disco. 

Sobre Déa Trancoso

Natural de Almenara, no Vale do Jequitinhonha (MG), a cantora, compositora e pesquisadora possui 5 álbuns gravados: "O Violeiro e a Cantora" (com Chico Lobo), "Tum Tum Tum", "Serendipity", "Flor do Jequi" (com Paulo Bellinati) e "Líricas breves para a construção de uma alma". Foi indicada duas vezes ao Prêmio da Música Brasileira (2007 e 2013) e já foi gravada por Ná Ozzetti, Mônica Salmaso, Gonzaga Leal, Isabel Nogueira e Caro Ladeira. É parceira de Chico César, Ceumar, Badi Assad, Sérgio Santos e Regina Machado. Em 2019, ao lado de Cátia de França e Ceumar, circulou o Brasil com o concerto acústico e autoral 'Líricas Transcendentes", pelo projeto Sonora Brasil (Sesc).

É Mestre em Estudos Rurais pela Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e Doutoranda em Educação pela Unicamp. Em 2021, prepara seu sexto trabalho, intitulado “Volátil”, que faz parte de seu projeto de doutorado, articulando ciência, arte e magia.

Serviço
Prêmio Flávio Henrique 2021, do BDMG Cultural
Álbum vencedor: "Líricas breves para construção de uma alma", de Déa Trancoso

Ouça o trabalho: spoti.fi/325xOT1