A versão eletrônica da revista comemorativa dos 110 anos da Academia Mineira de Letras, quem acompanha a agenda da AML sabe, foi lançada no final do ano passado. Para aqueles que preferem a versão impressa, a boa notícia é que ela também já está na praça. Com nada menos que 614 páginas, a edição percorre a história da Instituição e a trajetória de seus acadêmicos, juntando-se à celebração dos 300 anos de Minas Gerais. O acadêmico Carlos Bracher (ocupante da cadeira de número 32) é o responsável pela capa do volume. "Em um belíssimo óleo sobre tela, ele retratou o Palacete Borges da Costa, sede da entidade, e o Anexo projetado pelo arquiteto Gustavo Penna", conta o atual presidente, Rogério Faria Tavares. O texto da orelha, por seu turno, é assinado por Letícia Malard, professora emérita da UFMG.
A revista da Academia Mineira de Letras foi fundada em 1922, quando o presidente da instituição era o poeta Mário de Lima (irmão de Augusto de Lima). "Desde então, publicou 78 números, com ênfase para os poemas, os ensaios e as crônicas", situa Rogério. Contendo um dossiê composto por 60 textos, a nova edição da revista apresenta diversos chamarizes.
Desafiado a apontar alguns, Rogério Faria Tavares inicia o caminho pelo texto de Angelo Oswaldo de Araújo Santos sobre o encontro entre Mário de Andrade e Alphonsus de Guimaraens. E prossegue com o texto encomendado a Cesário de Melo Franco sobre seu avô, Afonso Arinos de Melo Franco. Não bastasse, há um texto encomendado a Berenice Menegale sobre seu pai, o poeta e professor Heli Menegale, que presidiu a Academia; e outro de autoria do poeta Afonso Henriques Neto, também sobre seu pai, o igualmente poeta Alphonsus de Guimaraens Filho.
A jornalista Clara Arreguy escreveu sobre seu tio, João Etienne Arreguy Filho, diretor de teatro, antigo membro da Academia. O escritor Léo Cunha, por seu turno, assina um texto sobre Angelo Machado, falecido ano passado. "Temos, ainda, um texto encomendado a Jacyntho Lins Brandão sobre o escritor Francisco Lins e outro da professora Celina Borges Lemos, sobre a história do Palacete Borges da Costa", acrescenta Rogério.
O presidente da AML pontua, ainda, que há vários textos sobre escritoras mineiras: "Lyslei Nascimento, da UFMG, escreve sobre Maria José de Queiroz; Cláudia Gomes Pereira, sobre Beatriz Brandão; Elizabeth Rennó, sobre a poeta Lacyr Schettino; Maria Inês Marreco, sobre Carmen Schneider Guimarães; e Barjute Bacha, a respeito de Elizabeth Rennó", especifica.
Rogério conta que as duas próximas revistas da Academia já estão em estágio bem avançado. "A de número 80 trará um dossiê contendo mais de 30 textos sobre escritoras mineiras, organizado por mim e por Constância Lima Duarte. Há textos sobre Conceição Evaristo, Ana Maria Gonçalves, Madu Costa, Janete Clair (depoimento encomendado à sua filha, Denise Emmer Dias Gomes), Laís Correa de Araujo, Adélia Prado, Lúcia Castelo Branco, Ana Elisa Ribeiro, Ana Martins Marques...", lista.
Já a de número 81 trará, ainda de acordo com o presidente, um completo dossiê sobre os 300 anos da história do teatro em Minas, coordenado por ele e pelos professores Marcos Alexandre e Jacyntho Lins Brandão, da UFMG. "Além de outro caderno especial, contendo mais de 30 textos só sobre as Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, coordenado também por mim e pela professora Nazareth Soares Fonseca".