Espetáculo de palhaçaria discute o tema do medo sob o ponto de vista infantil

Pavor de ficar sozinho, de ir à escola, do escuro. Esse sentimento angustiante que cerca a vida de muita gente durante a fase de crescimento, serve agora de inspiração para "Boo", novo espetáculo da Minha Companhia – trupe formada pelas palhaças Brisa (Janaina Morse) e Tecla (Maria Tereza Costa) – que será exibido neste sábado, às 21h, em formato digital e gratuito, no canal oficial das artistas no Youtube.

Após sua estreia online neste fim de semana, a peça também vai ganhar curta temporada presencial, entre 12 e 13 de fevereiro, sempre às 16h, no palco do Teatro Marília (av. Prof. Alfredo Balena, 586 – Santa Efigênia).

Em cena, "Boo" explora o tema do medo na infância sob a perspectiva das crianças, e tenta ensinar, de forma lúdica, leve e criativa, soluções para se enfrentar esses temores.

"O medo é uma sensação inerente ao ser humano, independente da idade, do gênero, da condição. Ele se apresenta em diversos graus e formas. Não importa quem você seja, ele sempre está lá, escondido em algum lugar", argumenta Janaina Morse.

Ela explica que o propósito do texto é usar assuntos delicados para desmistificar nossa relação com o problema. 

"No geral, a arte da palhaçaria tem essa licença de falar de coisas difíceis. Quando escolhemos esse tema e linguagem foi com a intenção de conversar com os pequenos e tentar auxiliá-los com essas situações que são tão difíceis", avalia a artista, que é educadora e também atua como palhaça  em hospitais infantis.

“Na minha carreira, já encontrei crianças com todo tipo de medo: de palhaço, de agulha, de morrer. O tema sempre me rondava e eu queria explorar isso de uma maneira mais ampla”, conta ela.

O clima de pandemia, que tem causado todo tipo de fobia, ansiedade e desordem psicológica nas pessoas, também foi determinante para a criação da montagem."O próprio existir neste momento que estamos vivendo acabou sendo parte da pesquisa para o espetáculo", frisa Maria Tereza Costa. 

"Construímos o enredo durante o isolamento social e usamos o jogo da palhaçaria para experimentar lugares e sensações em que o medo habita, como monstros, escuro, solidão, e etc.", diz a atriz, acrescentando: "Decidimos levar tudo isso para a cena e jogamos nossas palhaças numa posição de total incerteza. Esse foi o nosso jeito de não aceitar o medo”, complementa.

Cara a cara com o pavor

A narrativa de "Boo" tem como protagonistas as palhaças Brisa e Tecla, que um dia caem de paraquedas em uma floresta hostil e assustadora. Diante dessa realidade, as duas precisam encontrar uma maneira de vencer seus maiores medos para sobreviver. Juntas, elas decidem fazer de tudo para enfrentar e superar as dificuldades que as cercam com muita coragem e determinação.

“É uma história de superação e enfrentamento", conta Maria Tereza. "Duas palhaças perdidas, vivendo o desconhecido, que sabem que precisam se apoiar uma na outra para vencer esse cenário. Ali sozinhas, elas descobrem que sentir medo faz parte da vida e que com determinação é possível vencê-lo", ensina a atriz. 

"É uma linguagem que toca o público com a graça, não só do riso, mas da graciosidade e deixa, por fim, uma mensagem de esperança”, encerra.

Serviço

O quê: Espetáculo "Boo"

Quando: Neste sábado (29), às 21h

Onde: No canal do Youtube das palhaças Bria e Tecla

Quanto: Gratuito

*A peça também vai ganhar curta temporada presencial, entre 12 e 13 de fevereiro, sempre às 16h, no palco do Teatro Marília (av. Prof. Alfredo Balena, 586 – Santa Efigênia). Ingressos custam entre R$ 25 e R$ 50, diretamente nas bilheterias do teatro