Foi com "Ponta de Areia" e "Fé Cega, Faca Amolada", que a cantora Gal Costa marcou a inauguração do Pavilhão Pacaembu, na zona oeste de São Paulo, na noite deste sábado (30). Gal subiu ao palco com cerca de 45 minutos de atraso para iniciar o espetáculo "As Várias Pontas de uma Estrela". Nele, a cantora se debruça sobre clássicos de seu repertório, com canções de Chico Buarque, Caetano Veloso e Milton Nascimento - o autor das músicas que abriram o show.
Parte do repertório também integra seu último álbum de estúdio, "Nenhuma Dor", lançado em 2020 com parcerias da cantora baiana com outros músicos.
Entre uma canção e outra, a cantora troca algumas palavras com o público. Como em "Estrada do Sol", que Gal contou que foi composta por Tom Jobim e Dolores Duran nos anos 1950, mas que "parece que foi feita para os dias de hoje", disse em referência ao relaxamento das medidas sanitárias de prevenção a Covid-19. A letra traz os seguintes trechos: "Quero que você me dê a mão vamos sair/ Por aí sem pensar no que foi que sonhei que chorei, que sofri/ Pois a nova manhã/ Já me fez esquecer".
Depois de uma dobradinha de canções sobre maternidade - com "Gabriel", para seu filho, e "Mãe", de Caetano Veloso -, o clima esquentou. A cantora emendou hits como "Cravo e Canela", de Milton Nascimento, "Açaí", de Djavan, e "Lua de Mel", de Lulu Santos, e o público, até então mais contido, acordou e começou a fazer coro para a cantora. "Que bonitinho", ela riu, enquanto a plateia entoava a romântica "Sorte".
No finzinho do show, boa parte do público já estava em pé, cantando e dançando "Maria, Maria". No encerramento, ela cantou "Brasil". "Vou cantar uma música agora que eu queria muito conseguir tirar do roteiro, mas eu não tô conseguindo porque o Brasil não está deixando", disse.
Instalado no gramado do Complexo Pacaembu, o espaço tem 4.000 m² e capacidade para receber até 9.000 pessoas. O local irá abrigar uma extensa programação cultural, enquanto o estádio, que ficará sob gestão da concessionária Allegra por 35 anos, passa por reformas de modernização e restauro.
A ideia é que pavilhão apresente ao público um pouco do que será o centro de convenções que está em construção embaixo do estádio - e que terá a mesma capacidade de público da tenda.
Na estrutura, uma enorme tenda, um piso cobre o gramado. Para o show deste sábado, foram espalhadas mesas para acomodar a plateia de 3.000 pessoas. Luzes, telões e balões infláveis compunham a decoração do evento. Um bar com chopes da cervejaria artesanal Avós e drinques clássicos abastecia o público.
A cozinha será assinada pelo Bar da Dona Onça, da chef Janaina Rueda, com petiscos como pastéis, croquetes e coxinhas. Mas a comida acabou antes mesmo que Eduardo Barella, CEO da Allegra Pacaembu, subisse ao palco para o discurso de inauguração do espaço, com mais de meia hora de atraso - show estava marcado para as 21h.
Segundo a assessoria da casa, as refeições não seriam servidas durante o espetáculo. Mas também foram relatados atrasos em relação à entrega das bebidas - a reportagem ouviu reclamações da demora de mais de uma hora na entrega dos drinques, por exemplo.