Com a instalação "Entidades", de Jaider Esbell, bombando nas redes sociais e atraindo a atenção dos transeuntes que passam pelo Viaduto Santa Tereza, entre outras atrações já em curso, o Cura - Circuito Urbano de Artes 2020 também trouxe uma novidade para quem quer levar um pouquinho da arte dos participantes para dentro de casa. Pela primeira vez, o projeto lançou a galeria de arte Cura em ambiente virtual - mais precisamente, no site www.cura.art. Cada artista convidado terá obras expostas e disponíveis para compra. O rol inclui, ainda, cinco artistas apresentadas pela Beck’s, uma das patrocinadoras do evento.
 
"Na verdade, em toda edição, a gente monta uma galeria física, em parceria com a Fluxo Galeria Urbana. Mas este ano, em função da pandemia, estamos levando a experiência para o ambiente virtual. E aproveitando que na internet não há fronteiras, junto com as curadoras convidadas (Arissana Pataxó e Domitila de Paulo), fizemos, então, uma curadoria a partir de artistas de todo o Brasil, e não só de BH", explana Juliana Flores, uma das idealizadoras do Cura junto a Janaína Macruz e Priscila Amoni. Ao todo, 45 nomes têm obras na galeria virtual.
 
Juliana ressalta que a ação também foi pensada para garantir apoio aos artistas neste momento em que, em função da pandemia, a categoria foi drasticamente afetada com a impossibilidade de exposições e participação em feiras. "Essa ação tem zero por cento de renda revertida para o Cura, tudo será mesmo destinado aos artistas. No entanto, criamos um fundo, que vai garantir que, mesmo aqueles que não tiverem sucesso nas vendas, tenham algum valor assegurado".
 
Os preços das obras variam, e, sim, há trabalhos a preços acessíveis. Outros têm preços mais elevados - mas Juliana lembra que há a possibilidade de dividir o valor em até três vezes. "Para garantir a entrega de uma forma mais segura, é o próprio artista que vai ficar incumbido embalar a obra e mandar um bilhetinho para o comprador". Ela incentiva até mesmo aqueles que não estão, no momento, pensando em adquirir uma das obras para acessarem o site. "Porque lá está também a biografia de todos os artistas, então, é uma forma de conhecê-los mais". 
 
Por fim, Juliana destaca a diversidade que norteou o processo curatorial. "Metade do pessoal é de BH, mas temos também muitos artistas indígenas", salienta ela, que, vale, dizer, nesta segunda-feira já fez sua primeira aquisição na galeria virtual.
 
Entre os nomes que participam da galeria estão: Elian Chali (Argentina), que participou da edição Lagoinha do festival; Heloísa Hariadne (São Paulo); Gê Viana (São Luiz/ MA), que foi finalista do prêmio Pipa deste ano; Mulambo (Saquarema/RJ) e Alex Oliveira (Jequié/BA). Destaque para a participação de artistas indígenas como Nei Xakriabá, Edgar Corrêa Kanaykô, nos.mao / Kiwira mira e Oiti Pataxó, e também para os mineiros Luana Vitra, Nast e Eduardo Fonseca.

O Circuito Urbano de Artes está em sua quinta edição e, com esta, serão 18 obras de arte em fachadas e empenas, sendo 14 na região do hipercentro da capital mineira e quatro na região da Lagoinha, formando, assim, a maior coleção de arte mural em grande escala já feita por um único festival brasileiro.

Vale acrescentar que hoje também tem programação virtual no "Cura na Janela"
 
Às 19h30, será realizado o bate-papo "Imaginar caminhos: ocupando o mercado de arte contemporânea". Convidados: Thiago Alvim e Comum, artistas e idealizadores do Junta; Cristiana Tejo, curadora e uma das idealizadoras do Projeto Quarantine; Micaela Cyrino, artista visual e integrante da Nacional Trovoa. Mediação: Fabiola Rodrigues, MUNA - Mulheres Negras nas Artes.