"Jezabel", da Record, termina nesta segunda-feira (13) depois de mais de três meses no ar com média de audiência inferior a "Jesus", sua antecessora na emissora. Apesar do fraco desempenho, os atores e a autora, Cristianne Fridman, exaltam o resultado positivo da macrossérie.
"Desde o começo do projeto, sabíamos que seria uma superprodução. Cumprimos com nosso papel. Dinâmica boa, nuances incríveis e visual espetacular, fora as paisagens que vimos em Marrocos. O saldo é bem positivo", diz Fridman, que também está no ar com "Topíssima".
A novela retrata a história da princesa fenícia Jezabel, que se casa com o rei Acabe e se torna a mais perigosa rainha de Israel. Ela usa sua beleza e sua maldade para tentar impor ao povo israelita a adoração aos seus deuses pagãos.
Dando vida ao famoso rei de Israel, o ator André Bankoff, 41, afirma que o rei Acabe foi um presente para sua carreira. "Valeu a pena dormir apenas 4 horas por noite para construir ele. O público gostava do Acabe, mesmo ele sendo injusto algumas vezes. Digamos que foi um 'semi-vilão' carismático e que as pessoas choraram quando a morte o encontrou."
Já Adriana Birolli, 32, que interpretou Aisha, uma das mulheres do rei, diz que tira de sua personagem o poder de vigilância, uma vez que a israelita era o alicerce racional de um superior que se casou com uma inimiga do povo que ele representava.
"A paz e a vigilância de Aisha eu vou levar comigo. Todo o altruísmo de pensar no povo me encantou nela. Ela precisou unir forças e sensibilidade para ser a base do rei, seu apoio, sua integridade e sua compreensão", disse a atriz. "Recebi muito carinho do público. 'Jezabel' terminou com gostinho de quero mais. Fiquei feliz com o final."
A audiência de "Jezabel" teve desempenho inferior à trama anterior exibida no mesmo horário na Record. No PNT (Painel Nacional de TV), a novela teve média de 7 pontos no Kantar Ibope (cada ponto equivale a 254.892 domicílios) ante 10,5 pontos de "Jesus".
POR QUE NÃO DECOLOU?
Para o especialista em teledramaturgia brasileira Claudino Mayer, a queda na audiência se deve a três fatores. O primeiro se refere à escolha do elenco, formado por pessoas pouco conhecidas do público geral, o que fez com que não houve identificação imediata com eles.
"Como era uma obra rápida, talvez um elenco de pessoas mais conhecidas fizesse com que o público se identificasse mais e quisesse assistir", diz Mayer. Ele afirma ainda que a escolha de Lidi Lisboa, 34, para viver Jezabel não foi das melhores. "Lidi não se saiu muito bem. Ela não encontrou o tom adequado para interpretar a vilania da princesa fenícia."
Mayer destaca ainda que as interpretações lhe soavam mais para uma linguagem de teatro, com pouca naturalidade e muitas falas decoradas. "As pessoas ligam a TV para se ver, mesmo que seja você de outra época. Não rolou isso."
Além disso, a chave também foi a inconsistência da trama. Cenas de batalhas chegaram a perpassar por três capítulos da macrossérie e, para ele, isso demonstra amadorismo. "'Jezabel' se sustentou com uma trama inconsistente, que não convencia o público do motivo pelo qual ela estava preenchendo aquele horário. Por vezes, parecia uma novela experimental -diferente de obras como 'Rei Davi' e 'Os Dez Mandamentos' que a Record já fez", finalizou.
Mesmo com toda essa diminuição na audiência -que foi acompanhada em tempo real pela produção da novela-, a obra de Cristiane não sofreu grandes alterações no roteiro. "Somente aconteceram algumas adaptações normais de qualquer produção", disse a autora, que afirmou não conseguir destacar uma pessoa em específico do elenco que tenha se destacado.
"É como você perguntar para uma mãe ou um pai qual dos filhos ela prefere. Todos os atores de 'Jezabel' tiveram seu destaque no momento certo", contou, revelando que já está trabalhando em um novo projeto para a Record.
"O RICO E O LÁZARO" VOLTA À GRADE
Para substituir "Jezabel" no horário das 20h45, a Record escolheu retornar à sua programação diária uma novela já conhecida de seu público: "O Rico e o Lázaro", que estreia nesta terça-feira (13). Exibida entre março e novembro de 2017, a novela escrita por Paula Richard e com direção geral de Edgard Miranda teve mais de 180 episódios.
A trama bíblica teve orçamento de mais de R$ 800 mil por episódio, substituindo o sucesso "A Terra Prometida" (2016). Na época de sua estreia, a novela, que também teve Dudu Azevedo como protagonista (assim como "Jesus"), registrou uma média de audiência de 10,5 pontos no PNT.
No início da trama, a novela chegou a marcar episódios com média de audiência de 15 pontos, mas, com o passar dos meses, eles foram perdendo audiência para outros canais, como SBT e Globo. A "nova" novela tem no elenco nomes como Milena Toscano, Vera Zimmernann e outros.
A trama é sobre dois homens que morrem no mesmo dia. Um deles vai para o céu e o outro vai para o inferno. Zac (Igor Rickli) e Asher (Dudu Azevedo) são hebreus que cresceram com as mesmas oportunidades de conhecimento e desenvolvimento.
Naquela época, Jerusalém estava imersa em uma realidade de idolatria, onde tudo o que Moisés e Josué conquistaram era ameaçado por uma dominação da Babilônia em toda a região da Mesopotâmia comandada pelo imperador Nabucodonosor, que assume o trono do vasto império.