'Censura'

Linn da Quebrada tem apresentação cancelada em Parada LGBT de João Pessoa

Em comunicado, equipe da artista esclareceu que fundação que realiza o evento considerou o discurso de Linn muito pejorativo

Por Folhapress
Publicado em 03 de agosto de 2019 | 19:04
 
 
 
normal

 A Parada LGBT de João Pessoa, Paraíba, cancelou uma de suas atrações na última sexta-feira (2). Trata-se de Linn da Quebrada, cantora transexual que era uma das participações confirmadas do evento. 

Em comunicado divulgado em sua conta do Instagram, a equipe de Linn esclareceu que o cancelamento da Fundação Cultural de João Pessoa (FUNJOPE) se deve por considerarem o discurso da artista "muito pejorativo" para o evento. Na nota, a equipe conta que a notícia do veto da participação da cantora chegou por e-mail: "não foi documentação (...) foi só orientação mesmo", diz o texto. 

O comunicado, publicado também no Twitter da cantora, destaca o posicionamento de Linn e sua equipe a respeito da decisão: "um cunho transfóbico nas dinâmicas orquestradas por essas organizações". Segundo eles, o cancelamento é uma forma de censura.

Linn cobra um posicionamento oficial dos envolvidos no caso. "Se me calam, é porque de alguma forma minha voz assusta", escreveu a artista. 

Anônimos e famosos se solidarizaram com o ocorrido. "Meu respeito e solidariedade", comentou Camila Pitanga. Além dela, Gloria Groove, Clarice Falcão e Jesuíta Barbosa expressaram indignação. 

Segundo a BBC Brasil, MC Linn da Quebrada cresceu no interior paulista em uma família simples e religiosa, entre Votuporanga e São José do Rio Preto, até retornar à zona de leste de São Paulo e se tornar uma das novas vozes de um movimento crescente na música brasileira: a dos artistas que colocam em pauta a questão do gênero.

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

COMUNICADO - CENSURA Hoje, sexta-feira, 2 de Agosto de 2019, nós, da #EquipeDaQuebrada, publicamos a seguir uma nota oficial a respeito do caso de censura que sofremos com o show da Linn da Quebrada em João Pessoa (PB), que aconteceria no dia 29 de Setembro, como parte da programação da "Parada LGBT” da cidade, evento organizado pela @funjopejp - Fundação Cultural de João Pessoa, que vetou o show por considerarem o discurso da artista, nas palavras da FUNJOPE, “muito pejorativo” para o evento. Estávamos desde Julho em negociação com a Frankla (co-organizadora do evento), cumprimos todos os processos burocráticos para a realização do show. Porém, após uma reunião da organização da parada, juntamente com a FUNJOPE, recebemos a informação de que o show não aconteceria. A justificativa do veto se deu pelo posicionamento que Linn da Quebrada tem como artista, consequentemente seu trabalho, e o que a mesma representa como corpo político. Devido a esse posicionamento da FUNJOPE, Frankla, que até então fazia parte da organização e estava em contato direto com nossa equipe, nos comunicou do ocorrido e se afastou de suas funções, justamente por ver nesse trâmite um processo de censura do nosso trabalho, que não deixa também de expressar um cunho transfóbico nas dinâmicas orquestradas por essas organizações. Ao recebermos o e-mail do setor de “ação cultural” da parada cancelando o show, questionamos se havia algum problema em nossa documentação ou outro motivo que justificasse o ocorrido e recebemos a seguinte resposta: “não foi documentação (...) foi só orientação mesmo.” - frisamos aqui que entendemos bem o termo “orientação”, sabemos ao que ele se refere e significa - CENSURA! Com muita indignação, a #EquipeDaQuebrada cobra um posicionamento oficial dos envolvidos no caso e na sequência manifesta sua opinião de acordo com a fala da própria artista censurada, Linn da Quebrada: [continua nos comentários]

Uma publicação compartilhada por Linn da Quebrada (@linndaquebrada) em

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!