Livro de Hildebrando Pontes inaugura selo Sancho Pança, da Quixote+DO

"Perguntado sobre o que as novas linhas por ele assinadas ensjema, o escritor HIldebrando Pontes afiança: "Juro que, quando escrevo uma história, não me preocupo com o que ela possa despertar junto ao leitor infantil - ou mesmo nas pessoas que ainda guardam uma alma de criança. Minha preocupação é não escrever qualquer coisa, uma história boba, inconsistente, idiota, como se a criança não tivesse um mínimo de compreensão", diz ele, reafirmando seu respeito e afeição por este público, ao qual já dedicou várias obras. "São inteligentes, sensíveis e, melhor, não convivem com a hipocrisia. Se gostam ou não da narrativa dizem com clareza, sem meias palavras. Pra mim é o que basta". 

Feitas essas ponderações, o escritor - e conceituado advogado na área de direitos autorais  - acaba de colocar no mercado mais um título dedicado a esse segmento que tanto o encanta. Construído em parceria com a ilustradora  Glaura Santos, "Azuis", o livro em questão chega às prateleiras marcando o lançamento do Sancho Pança, selo infantil da editora Quixote+DO. A publicação, aliás, está, neste momento,  marcando a abertura da  1ª Edição da FLITI - Feira Literária de Tiradentes, que acontece desta quinta (26) a domingo (29).

"Azuis" fala de ecologia, amizade, encantamento, com muito lirismo, por meio da história de um garoto e de borboletas. "É a historia de um menino que, nas matas da fazenda de seu avô,se vê maravilhado com as borboletas, em especial, as azuis. A borboleta se torna sua amiga, conversa com ele sobre a forma de elas viverem, bem como de sua apreensão, os seus medos. Depois desse diálogo, o menino passa a vê-las de outra forma. Teme pelo desaparecimento das espécies", narra o autor, acrescentando que sua relação com esses insetos sempre foi de encantamento. 

"Estivemos juntos em boa parte da minha infância. O voo delas, pela sua leveza, sempre me fascinou. Mas eu as via com muito mais frequência do que hoje", lamenta. "Espero que não desapareçam. Que continuem a colorir os nossos olhos", acrescenta, feliz ao ver um título seu dar início a um novo selo. "Estou muito honrado. Considero um privilégio ter um livro sob um selo novo, e que veio pra ficar. Não posso deixar de agradecer ao Alencar (Perdigão), à Cláudia (Mazini), e, em especial, à Luciana Tanure por esta distinção, pelo carinho com que me recebem em sua casa de trabalho. Mesmo com toda essa pandeloucura, nós somos teimosos. Não abrimos mãos do fazer cultural", brada.

Sobre seu processo criativo, Pontes diz que sofre mutações. "A história pode vir  pronta na minha cabeça, ou nasce uma ideia a ser desenvolvida. O primeiro parágrafo da história me exige muito. Por ser o início do texto, só vou para o segundo quando vejo que a redação inicial me satisfez plenamente. É até meio neurótico. Mas sem esse exercício incansável, fico com a sensação de que a história não será plenamente concebida. Concluído o parágrafo inicial, o texto, no seu todo, se desenvolve. E daí pra frente é escrever, rescrever, cortar palavras". 

O escritor completa: "O que me sustenta como autor é o fato de poder transmitir para o universo infantil os meus sentimentos, o meu afeto, sem ser piegas, sem ser babaca. Quando finalizo uma história me sinto um ser melhor do que tenho sido".

Novo selo na praça.  Luciana Tanure lembra que, em 2017, quando se sentou com Alencar Perdigão na mesa da Quixote para conceitualizar o que viria a ser a parceria Quixote+Do, já havia entre as partes o desejo de falar para o futuro. 'Neste 2020, esse devir se concretiza com o lançamento do Sancho Pança, selo que pretende investir em livros inteligentes e interessantes para as crianças e suas familias. Sabemos que a literatura é uma efetiva ferramenta de crescimento humano, que amplia o mundo, a consciência de leitores e forma uma trama base do tecido social. Nosso desejo é oferecer livros que honram a diversidade e a riqueza do imaginário e da cultura brasileira", diz ela.

Vale dizer que Glaura Santos, a ilustradora de "Azuis", também está participando do evento em Tiradentes falando de "Todo Mar Vai Ser Você", lançado em 2018, a partir de uma experiência de luto, e que acaba de ganhar sua segunda edição. “O que me levou a publicar foi o pensamento de que a minha história poderia ajudar outras pessoas, inspirar e fazer parte de processos de cura, de alguma forma. E o que veio depois (o retorno) foi uma confirmação de que essa experiência era realmente para ser dividida".

Sobre os autores.
Hildebrando Pontes. Tem nove livros publicados. Além de "Azuis", é autor de "O Segredo está dentro dela", "Eu", "Mikai Kaká", "Badão o Dragão", "O Velho Carrossel", "Traça que traça traça", "O Tocador de Realejo", "O Menino e a Lua".  É advogado especializado em Direitos Autorais.  

Glaura Santos. Artista visual graduada pela Universidade do Estado de Minas Gerais - UEMG, poeta, dedica-se ao design cultural há mais de 20 anos e à escrita, desde sempre. Une os dois universos criando projetos gráficos para livros e revistas, que vão desde a literatura infantil, passando pela poesia e pelas publicações teatrais.  Em dezembro de 2018, publicou seu primeiro livro, "Todo mar vai ser você', que ganha agora sua segunda edição. 

Sobre a Fliti. A feira é 100% gratuita, e o tema principal desta primeira eidção é a diversidade cultural mineira: a herança deixada pelos africanos e indígenas. A dança, a culinária e a arte barroca também serão destaques na programação, que conta com a participação de escritores locais e nacionais, editoras e livreiros.

Serviço

"Azuis", de Hildebrando Pontes. Ilustrações de Glaura Santos.
Disponível no site da Quixote+DO: www.quixote-do.com.br
Preço: R$ 45

"Todo Mar Vai Ser Você", de Glaura Santos.
Disponível no site da Quixote+DO:  www.quixote-do.com.br
Preço: R$ 49, 90

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