O músico carioca Ivan Lins, 73, é só elogios sobre a possibilidade de encontro com a Orquestra Ouro Preto. “Eu adoro trabalhar com orquestras. É uma das formas que eu mais gosto de mostrar minhas canções, porque os arranjos são mais densos. E, por essa ser uma com muitos instrumentos, há uma variedade de sonoridade para vestir minhas músicas, o que as torna mais ricas”, comenta, sobre a expectativa da única apresentação que faz em Belo Horizonte sábado (24), no Sesc Palladium, sob regência e direção artística do maestro Rodrigo Toffolo.
Pianista de formação, está claro que a relação de Lins com orquestras é antiga. No entanto, com o grupo da cidade histórica, fundado em 2000, a reunião é inédita. “Será a primeira vez, mas espero que não seja a única”, brinca o músico. A história para essa união começou no ano passado, quando um antigo parceiro musical de Lins, Gilson Peranzzetta, o convidou para assistir a um ensaio da Orquestra Ouro Preto, durante o Festival Musimagem, em BH. “Gilson tinha levado algumas canções minhas para eles, e eu fui vê-los. Já combinamos de realizar um concerto neste ano. A Orquestra é muito boa”, diz.
“O Ivan conhecia um pouco do trabalho da Orquestra (que já atuou com outros grandes nomes da MPB, como Alceu Valença, no projeto “Valencianas”). E veio o interesse em fazer um trabalho conjunto. Ele tem uma carreira muito sólida, é uma figura importante da MPB. Tem muita coisa bacana, são músicas que todo mundo conhece, como ‘Madalena’, ‘Vitoriosa’, ‘Fogueira do Divino’... Muitos desses clássicos serão contemplados”, conta Toffolo. Para o maestro, uma das essências da Orquestra Ouro Preto é justamente tornar a música erudita mais acessível ao público por meio de experimentalismo.
A Peranzzetta ficou a responsabilidade de escolher boa parte do repertório e rearranjar as músicas, moldando-as para a versão orquestral. Foram definidas canções como “Love Dance” e “Setembro”, além de outras presentes no álbum instrumental dele com Lins lançado no início do ano, “Cumplicidade” – em que revisitaram a parceria de décadas.
Projeto
A ideia é lançar o registro da apresentação em BH em um álbum. “O espetáculo vai ser gravado de qualquer maneira e, se houver boa qualidade, vamos colocar no mercado”, diz Lins.
A expectativa, ainda, é levar o show a outras cidades, a depender da agenda da Orquestra Ouro Preto e de Ivan Lins. Para 2019, o músico pretende lançar um disco de inéditas. “Já não apresento nada novo há dois anos, mas tenho muitas músicas. No começo de ano que vem, devo organizá-lo”, explica.
Enquanto isso, o pianista celebra o fato de poder subir a um palco em Belo Horizonte. “Minha relação com Minas Gerais é maravilhosa, adoro a música mineira, sou ligado a compositores do Estado. E tocar para um público tão musical é ótimo”, afiança.
Serviço
Orquestra Ouro Preto & Ivan Lins, sábado (24), às 20h30, no Grande Teatro do Sesc Palladium (r. Rio de Janeiro, 1.046, centro). R$ 40 (inteira).