Belo Horizonte pode certamente ser considerada uma das capitais do jazz no Brasil. O fotógrafo mineiro Leonardo Ramos vem comprovando isso por meio de uma iniciativa que deságua na exposição “Composições: Uma História Fotográfica do Jazz em BH”, que pode ser vista a partir desta quarta-feira (8) no Museu de Artes e Ofícios. Durante a abertura, às 11h, haverá apresentação do Projeto Quarta Jazz, formado por João Machala (trombone), Breno Mendonça (sax), Gabriel Bruce (bateria), Aloísio Horta (baixo) e Expedito Andrade (guitarra).
A mostra abarca 59 imagens produzidas ao longo do ano, a partir de novembro de 2018. Essas foram clicadas em casas da capital que recebem uma programação semanal de apresentações de jazz. Nesse período, Ramos mapeou 33 estabelecimentos, mas ele sublinha que esse número pode aumentar. “A ideia é continuarmos esse projeto. Nós sabemos que há outras casas que ainda não fomos, e nossa intenção é criar um circuito do jazz em torno desses locais também”, diz Ramos.
Ele evitou clicar os shows que acontecem em eventos como o Savassi Festival e o I Love Jazz e privilegiou os espaços em que os músicos circulam no dia a dia. Sua intenção foi se aproximar mais do ambiente em que o estilo surgiu na cidade de Nova Orleans, nos Estados Unidos.
“Nós tentamos com isso remeter à origem do jazz, que surgiu nos clubes americanos. E nós fomos atrás de algo mais próximo desse tipo de situação aqui em BH. Nós queríamos retratar aquela interação próxima entre os músicos e as pessoas que estão ali se divertindo, numa proximidade muito grande. O cara está tocando no palco, mas logo ali na frente tem uma mesa com uma turma”, diz Ramos.
As fotos contemplam diferentes gerações de músicos. Desde os mais recentes, até a “velha guarda”, como Célio Balona, Toninho Horta, Kiko Mitre, entre outros. “Nós observamos que mais de 60 músicos tocam nessas casas, então, existe uma cena de jazz muito forte na cidade. E há desde os veteranos até os mais jovens que estão começando a carreira agora. Isso vai ficar bem claro na exposição”, afirma o fotógrafo.
Dentre os novos nomes, ele cita o pianista Deangelo Silva, o baterista Gabriel Bruce e o saxofonista Breno Mendonça. “São pessoas que estão entre 20 e 35 anos iniciando sua própria trajetória, mas também tocando junto com esses caras das antigas”, completa Ramos.
Abertura da exposição “Composições: Uma História Fotográfica do Jazz em BH”: desta quarta-feira (8) a 15/2; 4ª, 5ª e 6ª, das 11h às 17h; sáb., das 9h às 17h. Local: Museu de Artes e Ofícios (praça Rui Barbosa, 600, centro). Entrada gratuita.