Gênero aproxima jazz de Nova Orleans da França

É creditado a dois músicos franceses, Django Reinhardt (1910-1953) e Stephane Grappelli (1908-1997), a origem do jazz manouche, mais conhecido mundialmente como gipsy jazz, que, em português, significa “jazz cigano”.

Em Belo Horizonte, o projeto Hot Jazz Yeca, fundado por Rodrigo Araújo junto com os argentinos Sebastian Matias e Pablo Basso, presta tributo a esse legado e vai realizar um show nesta quarta-feira (9) à noite no Querida Jacinta.

Segundo Araújo, um dos integrantes do Proa e também do Bloco do Approach, o repertório será inteirinho dedicado às composições de Reinhardt. “Vamos também mostrar muita coisa que ele tocava.

Então, o show vai gravitar em torno do universo musical dele e de Grappelli. Nós temos um livro de partituras de Django, o que nos faz sempre revisitar os clássicos”, diz o violonista.

Além de Araújo, também vão estar no palco Gui (violão), Mauro (guitarra), Pablo Basso (harmônica), Matheus Félix (violino), Marcelo Barbosa (contrabaixo) e Gleisson (trompete) – ou seja, uma formação diferente da original.

Essa configuração dá a tônica do Hot Jazz Yeca, que desde 2018 funciona como uma plataforma na qual músicos de outras bandas podem se reunir ali para experimentar o gipsy jazz na versão mais raiz.

“Nós fazemos um gipsy jazz mais puro, que tem uma velocidade maior, se comparado ao que os meninos do Un Autre Chat, daqui de BH também, fazem, por exemplo”, comenta Araújo.

Outra banda que difunde o gênero na capital mineira é a Pepe Já Tirei a Vela. Araújo pontua que, na cidade, a cena de gipsy jazz ainda é incipiente, tem uma trajetória de cerca de cinco anos, mas existe aqui um grande potencial – o que motiva o interesse de estimular novos encontros, principalmente por meio de iniciativas como a Hot Jazz Yeca.

“Nós queremos contribuir para fortalecer e estabelecer na cidade, que tem uma cena de jazz muito forte, a apreciação também do gipsy jazz”, afirma.

História

De origem francesa, o gipsy jazz surgiu a partir de releituras do jazz produzido em Nova Orleans (EUA), nos anos 20. “Uma das características do gipsy jazz é a substituição da percussão pelo violão rítmico. É um gênero mais acelerado, uma música animada e contagiante, que, depois, inclusive, influenciou os músicos norte-americanos da década de 40”, relata Araújo.

Agenda

O que: Hot Jazz Yeca
Quando: Quarta-feira (9), às 21h30
Onde: Querida Jacinta (rua Grão Pará, 185, Santa Efigênia)
Quanto: R$ 20