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Mário e os vintanistas

Redação O Tempo


Publicado em 18 de janeiro de 2008 | 19:37
 
 
 
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Em outubro de 1944, um pouco antes de morrer, Mário de Andrade esteve em Belo Horizonte. Na semana em que visitou a capital mineira, o poeta paulista esteve todo o tempo acompanhado dos vintanistas: a geração de Otto Lara, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Hélio Pellegrino e Wilson Figueiredo. Antes disso, Mário já tinha estado por aqui outras duas vezes.

“Como era na turma o único que morava sozinho, já que minha família é de Uberaba, fiquei a maior parte do tempo ciceroneando o Mário na cidade. Fui eu, aliás, que junto com o Hélio (Pellegrino) ou o Otto (Lara Resende), não me lembro qual, que fiquei incumbido de ir buscá- lo na praça da Estação, já que naquela época o trem de São Paulo chegava lá”, conta o jornalista Wilson Figueiredo. À noite, Wilson sempre acompanhava Mário até o Grande Hotel, na rua da Bahia, onde estava hospedado.

Figueiredo conta que Mário adorava a companhia dos jovens. E que, apesar de ser um intelectual sempre aberto a novidades, isso não significava que não se interessasse mais de se encontrar com velhos amigos. Pelo contrário.

“Mário também aproveitou a viagem para visitar velhos amigos, que tinha feito ainda na década de 20, quando esteve pela primeira vez na capital”, afirma o Wilson. “Ele gostava muito do Emílio Moura e do João Dornas”.

Morando no Rio de Janeiro há quase 50 anos, Wilson guarda de Mário de Andrade a imagem de um homem sempre muito simpático. E sempre disposto a ajudar todo candidato a poeta. “Ele não deixava carta sem resposta. E comigo não foi diferente”, revela Wilson. “Durante um breve tempo, me correspondi com ele. Ele me deu boas dicas para o livro de poesias que estava escrevendo na época, o ’Mecânica do Azul’.” (JPB)

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