Apesar do apreço pelas apresentações em teatros, o maestro Nelson Ayres não esconde o gosto pelos concertos ao ar livre. “Ao fim, inevitavelmente sempre tem alguém que desconhecia essa formação (big band) e diz: ‘Puxa, que bacana, gostei muito’, exemplifica, referindo-se àqueles que, passando ao acaso pelo entorno, no momento do evento, são atraídos.

E certamente não será diferente neste sábado (28), quando o paulistano, atualmente com 72 anos, adentra o palco montado na praça Floriano Peixoto junto aos 15 solistas que o acompanham. A pianista Luísa Mitre fará o show de abertura, “Oferenda”.

O repertório da big band, conta Ayres, terá “um pouco de tudo”. No caso, composições como “Corcovado” (Tom Jobim), “Sebastiana” (Jackson do Pandeiro) e “Meio de Campo” (Gilberto Gil”. “Além de coisas autorais, minhas e do pessoal do grupo. É bem variado”, afiança.

Referência na condução de orquestras, Ayres já esteve à frente da Jazz Sinfônica do Estado de São Paulo por dez anos, tendo também atuado nessa posição em outras formações do Brasil e do exterior – caso da Filarmônica de Israel. Desde 1978, integra o quinteto instrumental Pau Brasil.

Na capital mineira, Ayres já se apresentou em formatos distintos, com gente como a cantora Monica Salmaso, com a qual contabiliza uma parceria de 15 anos. “A gente realmente faz muita coisa junto, de shows em formato duo até com orquestra”, diz.

Sobre o público mineiro, Ayres é só elogios: “Minha impressão é que Minas tem uma história musical que não segue exatamente o que dita a música comercial, não sei se pela influencia do Clube da Esquina. Tem muita gente nova fazendo muita coisa”, ressalta.

Em tempo: outra coisa que o comove é o fato de estar hoje à frente da Orquestra Jovem Tom Jobim. “Ela é formada por músicos de até 25 anos de idade, e, puxa, eles tocam demais, são interessados. Isso dá um alento! Você vê que a música ainda é importante para um monte de gente. Na verdade, fico emocionado, a ponto de dar vontade de chorar”, admite.

Agenda

Onde. Praça Floriano Peixoto, no Santa Efigênia. 
Quando. Sábado (28), a partir das 19h30
Quanto. Entrada franca.