Poesia

Uma iniciativa pioneira na publicação de poetas em BH

Tânia Diniz comemora 30 anos do jornal 'Mulheres Emergentes', nesta quarta (27), na Academia Mineira de Letras

Por Carlos Andrei Siquara
Publicado em 27 de março de 2019 | 03:00
 
 
 
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A escritora e editora mineira Tânia Diniz tinha lançado “O Mágico de Nós”, seu livro de estreia, em 1988, quando resolveu criar o jornal-mural “Mulheres Emergentes”, no ano seguinte. A ideia surgiu quando ela percebeu a dificuldade de autoras conseguirem ser publicadas em um contexto em que o mercado editorial era dominado por homens. De lá para cá, essa história completa três décadas, os quais serão celebrados nesta quarta-feira (27) em um bate-papo na Academia Mineira de Letras (AML) e, no dia 30, na Casa Idea de Cultura, onde ela também vai expor todas as edições do impresso.

“Eu quis fazer um espaço para publicar só mulheres e que não fosse pautado por nenhuma cobrança. E eu fiquei eufórica com essa ideia. Logo comecei a fazer contato, consegui um patrocínio e lancei o número zero, que já trouxe textos de autoras muito boas. Por exemplo, Adélia Prado, Lúcia Castello Branco e Maria Esther Maciel, que estava começando – todas elas mulheres maravilhosas”, recorda Tânia.

Na AML, ela vai detalhar a trajetória desse projeto ao lado da professora Constância Lima Duarte, que é pesquisadora e leciona na Faculdade de Letras da UFMG. A autora e editora ressalta que a publicação “Mulheres Emergentes” já circulou por vários continentes, com edições que chegaram a países da África, da Europa e da América do Sul.

“Quando um amigo viajava, eu mandava uma edição na mala dele, e assim o jornal foi chegando a muitos lugares. Em outras vezes, era por meio do correio mesmo. Eu também criei um prêmio de poesia e ilustração que teve uma repercussão muito grande. Eu recebi mais de 1.600 poemas e 200 ilustrações do Brasil e de outros países. Depois, eu editei um livro com parte desse conteúdo”, conta Tânia.

Ao longo dessas três décadas, alguns temas têm-se mantido constante entre os poemas. Tânia destaca, por exemplo, o erotismo, mas, no últimos anos, a pautas sociais também têm marcado presença. “Hoje eu percebo uma recorrência maior na abordagem da violência contra a mulher. Há muitos textos que trazem isso com uma força muito grande. Eu noto que as poetas mais jovens também estão menos tímidas”, observa ela.

Agenda

O quê

Tânia Diniz e Constância Lima Duarte participam de bate-papo sobre o jornal “Mulheres Emergentes”.

Quando

Quarta (27), às 19h30.

Onde

AML (rua da Bahia, 1.466, Lourdes).

Quanto

Entrada gratuita.

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