Nesta quarta (29)

Milton Nascimento e Orquestra Ouro Preto celebram 50 anos de 'Clube da Esquina'

Com transmissão online, concerto comemora o aniversário do cultuado álbum e marca parceria inédita entre Bituca e a orquestra

Por Bruno Mateus
Publicado em 29 de dezembro de 2021 | 07:47
 
 
 
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Em 1972, Milton Nascimento e Lô Borges, acompanhados por músicos e poetas da pesada, entre eles Fernando Brant, Ronaldo Bastos, Márcio Borges, Beto Guedes, Tavito, Wagner Tiso e Toninho Horta, lançaram o cultuado e emblemático disco duplo “Clube da Esquina”, marco inicial do movimento que se tornou sinônimo de algo muito particular e grandioso da cultura mineira e brasileira. O ano de 2022, data do cinquentenário do álbum, certamente será repleto de justas homenagens pela efeméride, mas um encontro histórico e inédito trata de antecipar as celebrações.

Nesta quarta (29), Milton Nascimento e banda e a Orquestra Ouro Preto sobem ao palco para reviver as canções de “Clube da Esquina” e “Clube da Esquina II”, este lançado em 1978. Gravado no início de novembro no Cine-Theatro Central, em Juiz de Fora, o espetáculo será transmitido às 20h30 pelo canal da Orquestra no YouTube.

Embora a Orquestra Ouro Preto tenha interpretado diversas vezes as canções do Clube da Esquina ao longo de seus 21 anos de existência, o maestro Rodrigo Toffolo classifica o concerto desta noite, que brinda a parceria inédita entre Milton e a companhia, como histórico.

“É curioso porque já temos um trabalho homenageando o Fernando Brant, mas agora temos duas peculiaridades: a primeira, logicamente, é a presença do Milton, o maior de todos nós, e a segunda é o repertório focado nos dois discos do Clube da Esquina. É um encontro muito feliz e muito focado nesses dois álbuns que escreveram a história da música mineira e brasileira para o mundo”, ressalta Toffolo.

Sob a regência do Maestro Rodrigo Toffolo, direção musical assinada por Wilson Lopes e direção geral e artística de Augusto Nascimento, o concerto apresenta versões releituras de “Maria, Maria”, “Nada Será Como Antes”, “Paisagem da Janela”, “Clube da Esquina Nº2” e “O Trem Azul”, entre outras.

Para Toffolo, o espetáculo também é uma oportunidade valiosa para quem ainda não mergulhou na obra do Clube da Esquina. “Quem ainda não conhece será provocado a conhecer. Os dois discos têm uma importância estética, musical, harmônica e instrumental imensa. Na minha opinião, o álbum de 1972 é o primeiro disco de world music, mesmo antes de surgir esse conceito. Ali tem música moderna, música rural”, comenta o maestro. Segundo o músico, “Clube da Esquina” e “Clube da Esquina II” são marcas que ninguém apaga e pontos obrigatórios para quem estuda a música brasileira na segunda metade do século XX.

Milton Nascimento, que se diz um admirador de primeira hora da Orquestra Ouro Preto, “não só da parte musical, mas também de todo o trabalho social que eles fazem pelos jovens músicos de Minas Gerais”, comemora o nascimento dessa parceria inédita: “Quando surgiu a oportunidade de fazer esse projeto em comemoração ao Clube da Esquina junto com eles foi uma realização muito grande para todos nós”.

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