Em cartaz no MIS Cine Santa Tereza (praça Duque de Caxias), com o qual firmou parceria, a mostra “Ecofalante” entra em sua segunda semana. Promovida pela ONG homônima, a iniciativa (que segue até dia 31) é um recorte da mostra matricial, que, este ano, abarcou 130 títulos. Aqui, são 47 filmes de 21 países.
“A ONG nasceu há 15 anos da preocupação com a educação ambiental e o desenvolvimento sustentável. À época, a inquietação com esses temas já era grande, e, vale dizer, a questão só piorou”, pontua Chico Guariba, diretor da mostra, lembrando que o tema, hoje, traz nuances como a contaminação do meio ambiente, a climática, o surgimento de doenças... “E a tendência é piorar”, constata.
A mostra de cinema surgiu num segundo momento, da constatação de que tais questões haviam entrado definitivamente na pauta da sétima arte mundo afora.
“Com a democratização do acesso às câmeras digitais, ficou mais fácil fazer cinema, o que permite que as próprias pessoas que vivem dramas como o Ebola possam documentá-lo. Na verdade, o cinema sempre tratou desse tema, oceanos, florestas, mas agora há uma produção em escala maior”, prossegue Chico.
“E uma parte considerável dela não chegava ao Brasil, mesmo com iniciativas como o Festival de Cinema Ambiental, o Fica, de Goiás Velho”. Ano a ano, a mostra paulista foi ganhando outros contornos. “Deixou de ser só voltada à questão ambiental, virando também uma plataforma de conhecimento e informação, debatendo temas dos mais diversos. No caso dos filmes, a curadoria pesquisa em 60 festivais do mundo. Passa seis meses assistindo aos filmes para selecionar. Começamos pequenininhos, com 3.000 pessoas de público; ano passado, foram 70 mil ao longo do ano, e ao menos 30 mil participando dos debates. Veio, então, a itinerância, e a demanda é enorme. O que a gente sente é que as pessoas estão querendo discutir essas questões. Na verdade, a crise ambiental está aí, e é global. A sociedade civil tem, sim, que se envolver”, conclui.
Programação: www. ecofalante.org.b