Foi nos palcos que José Eugênio Soares, o Jô Soares, que morreu na madrugada desta sexta-feira (5), em São Paulo, estreou na carreira artística. Segundo o site Memória Globo,  Jô, que falava vários idiomas e morou na Europa, chegou a pensar em seguir a carreira diplomática, mas seu fascínio pelo teatro é que acabou sobressaindo. E por falar inglês fluente, sua estreia como artista aconteceu na pele de um americano em O Homem do Sputnik, filme de Carlos Manga estrelado por Oscarito, em 1958. No mesmo ano, escrevia para o TV Mistério, programa da TV Continental, dirigido por Adolfo Celli, com Paulo Autran e Tônia Carrero no elenco.

 

Mas foi principalmente no humor que Jô Soares se destacou, sobretudo no programa Viva o Gordo, seu primeiro programa solo e que foi ao ar na Globo de 1981 a 1987. Um dos personagens mais queridos até hoje e que seria considerado até politicamente incorreto é o Capitão Gay,  um super-herói homossexual que usava um uniforme cor de rosa e andava sempre acompanhado de seu file ajudante Carlos Sueli (Eliezer Motta). Outro tipo marcante foi o  Reizinho, sempre às voltas com os problemas do reino, uma sátira à situação política do país. O  Zé da Galera,  figuraque ligava para o técnico da seleção brasileira de futebol e pedia “Bota ponta, Telê!”, também sempre foi muito querido pelo público.

 

Jô Soares fez parte do elenco de um dos programas de humor mais marcantes da história da televisão brasileira, a Família Trapo. A atração, que foi ao ar de 1967 a 1971 na Record TV,  foi criada justamente por Jô, além de Carlos Alberto de Nóbrega e era dirigida por Manoel Carlos e Nilton Travesso. No humortístico, que ainda tinha Ronald Golias, Ricardo Corte Real e Renata Fronzi, Jô Soares como Gordon, um mordomo atrapalhado e descompemsado. Aliás, foi seu último trabalho na Record. Em um dos episódios, o programa teve a participação especial de Pelé.

Jô Soares também é considerado o pioneiro do stand-up no Brasil e se descatou também em programas como “Planeta dos Homens” (1977) e “Viva o Gordo” (1981), na Globo em que atuou e escreveu. Além disso, Jô escreveu livros e atuou em 22 filmes.