Chevrolet

Vanessa da Mata, de compositora a intérprete

Artista mostra show da turnê “Segue o Som

Por LUCAS SIMÕES
Publicado em 10 de abril de 2015 | 03:00
 
 
 
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Fama, sucesso, canções no rádio e em novelas globais, afagos de Caetano Veloso a Milton Nascimento. Nada disso conforta os desejos da carreira de Vanessa da Mata. “Eu não sou uma pessoa acomodada dentro do meu circuito de sucesso. Por isso, preciso me desafiar”, afirma sem titubear. E é justamente um pouco desses desafios que “a mato-grossense com sangue baiano” deve mostrar no show que faz amanhã, no Chevrolet Hall, onde ela dá sequência ao exercício da interpretação.

Aos 39 anos, Vanessa da Mata sempre se firmou como compositora, em vez de carregar a responsabilidade de se submeter às interpretações. Ao longo de 14 anos de carreira fonográfica, seus singles autorias como “Não Me Deixe Só”, “Ai, Ai, Ai” e “O Tal Casal” deixaram de ser notados apenas como fagulhas isoladas em frequências FM para ganhar corpo em cinco álbuns autorais – todos, com pelo menos 100 mil cópias vendidas. “A mulher compositora ganhou força de dez anos pra cá. Eu ganhei muita. Nem 20% do meu trabalho é regravado. Hoje todo mundo respeita a minha condição de compositora. Talvez por isso eu tenha tido tanta vontade de começar a fazer releituras que nunca couberam em meus discos solo”, diz a artista.

Em 2013, Vanessa da Mata se arriscou em uma bem-sucedida empreitada na turnê “Viva Tom Jobim”, repaginando clássicos do maior nome da bossa nova no Brasil. Ali, uma luz de inspiração se acendeu. “Eu cheguei a adiar o lançamento do ‘Segue o Som’ por causa da turnê. Foi algo que me preencheu. Poder dar outra voz a canções que amo, que tocam o público. Gostei da coisa”, admite a cantora.

Nesse sentido, “Segue o Som” apenas parece contrariar as vontades de intérprete de Vanessa da Mata. O show que ela mostra pela segunda vez na capital mineira é fiel ao sexto álbum de estúdio: carrega 14 canções completamente autorias, com exceção de “Sunshine on My Shoulders” – parceria de John Denver, Kniss, M. Taylor & Johnson –. além de “Um Sorriso para Nós Dois”, composta ao lado de Kassin e Liminha. Apesar de alguns arranjos terem mudado, incluindo os de hits como “Amado” e “Boa Sorte/Good Luck”, Vanessa da Mata admite que talvez o mais curioso de toda a apresentação seja prestar atenção no bis. “Ali eu estou fazendo alguma coisa louca. Pode pintar Milionário e José Rico ou Los Hermanos. Mas não é nada certo. Tem show que sinto o clima para fazer, outros, simplesmente, não”, avisa Vanessa.

DELICADEZAS. O que parece estranho à primeira vista, faz parte da mais recente aposta da artista. Em março, ela estreou o projeto “Delicadeza”, fazendo releituras intimistas de canções que gosta, sem vínculos temáticos ou relação entre gêneros musicais. Os shows geralmente acontecem espaçados entre a turnê de “Segue o Som”, mas ao invés de grandes plateias, privilegia pequenos lugares. “São simplesmente músicas que acho lindas, que canto no chuveiro, batuco em casa. E é um desafio porque me obriguei a cantar em lugares menores, encarar o público, ao invés de estar sempre com grandes plateias, onde tem uma luz grande na minha cara e me sinto segura. É meu desafio”, diz.

No palco, ela está acompanhada apenas do piano de Danilo Andrade e da guitarra e do violão de Maurício Pacheco. No repertório, Vanessa coloca sua voz delicada sobre o cancioneiro sertanejo e caipira, interpretando “Vá Para o Inferno com o Seu Amor”, de Chitãozinho e Xororó, e “Cuitelinho”, de Pena Branca e Xavantinho. Mas não para aí. Também visita Gonzaguinha com “Espere por Mim, Morena” e não vê problema em dar sequência ao show repaginando “Samba a Dois”, dos Los Hermanos. “Não tenho pretensão de fazer um disco, um projeto grande, nada disso. Só cantar o que gosto”, pontua.

Serviço. Vanessa da Mata apresenta o show do álbum “Segue o Som”, amanhã, às 22h, no Chevrolet Hall (avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi). Os ingressos variam de R$ 35 a R$ 120.

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