Sylvester Stallone fez a carreira em cima de dois personagens que conquistaram o público e renderam muitas sequências: Rocky e Rambo. O primeiro é superior em enredos; o segundo, em números de mortos. Rambo é um soldado que passa pelos horrores de muitas guerras diferentes e deixa para trás um rastro e sangue. Claro que essa matança não passaria desapercebida pela vida de um homem. Mesmo que esse homem seja John Rambo. 

“Rambo Até o Fim”, que estreia nesta quinta-feira nos cinemas, mostra um soldado lidando sozinho com seu estresse pós-traumático e tentando controlar a violência que lhe é nata. Isolado em sua fazenda, ele toma seus medicamentos, treina seus cavalos e divide sua vida com a família que escolheu, Maria (Adriana Barraza) e a neta dela, a jovem estudante Gabrielle (Yvette Monreal). 

Quando Gabrielle decide atravessar a fronteira para ir ao México em busca do pai que a abandonou, ela é vendida para um cartel e se torna escrava sexual. Quando John Rambo aparece na cidade em busca da garota, os traficantes dão uma surra no veterano e violentam ainda mais Gabrielle, com drogas, torturas e prostituição.

Com a ajuda da jornalista Carmen (Paz Vega), John se recupera, resgata a moribunda Gabrielle e planeja uma vingança para matar os traficantes, mas com tortura, usando técnicas de guerrilha – já que não é mais um jovem musculoso. Com sangue, ele atrai os bandidos para sua fazenda, onde ele preparou armadilhas mortais. Já dá para imaginar o resultado: ação e matança sangrenta, com crueldade e tortura, em cenas dignas de filmes “gore”.

Na tela, as cenas de ação funcionam bem mais do que as dramáticas, por mais que o roteiro de Stallone e a direção de Adrian Grunberg tentem ganhar o público pelo dramalhão mexicano. 

Bom mesmo é ver a colagem de cenas que encerra o filme, com passagens emblemáticas dos cinco longas que compõem a saga de Rambo ao longo de 37 anos de ação. É nostalgia para o público mais velho e diversão para os mais novos.

Stallone também resgatou Rocky por muitas vezes, colocando o boxeador dentro e fora dos ringues.Não contente em fazer cinco filmes “Rocky” (1976, 1979, 1982, 1985 e 1990) e “Rocky Balboa” (2006), Stallone ainda criou o spin-off “Creed”, em 2015, com “Creed 2”, em 2018. E vem mais por aí. Rambo foi até o fim, mas Stallone não quer aposentar o “garanhão italiano”.

Outras estreias na telona

* "Midsommar: O Mal Não Espera a Noite”, de Ari Aster. Uma jovem que acaba de viver um trauma parte com amigos e o namorado para um festival na Suécia. Lá, coisas estranhas começam a acontecer. Com cenas fortes, o terror tem censura 18 anos. 

* “Asterix e o Segredo da Poção Mágica”, de 
Louis Clichy e Alexandre Astier. Asterix e Obelix têm a missão de encontrar um novo guardião para a poção mágica de Gália, enquanto cuidam para que o líquido precioso não caia nas mãos erradas. 

* "Depois do Casamento”, de  Bart Freundlich. Ao ir a Nova York tentar uma doação junto a uma empresária poderosa e riquíssima, a gerente de um orfanato acaba numa situação complicada que poderá revelar segredos bem guardados. Com Michelle Williams, Billy Crudup e Julianne Moore no elenco.