É daqui a pouco. Às 21h30 de hoje, o músico Túlio Mourão participa da live "Dando Corda" que traz, nesta semana, o tema “Crônicas da MPB”. Criada em momento de quarentena pela Orquestra Sesiminas Musicoop, a live acontece toda quarta-feira, com um bate-papo descontraído entre o maestro Marco Antônio Maia Drumond e personalidades da cena musical brasileira que atravessam ou atravessaram a trajetória da Orquestra. A transmissão acontece pelo instagram @orquestrasesiminasmusicoop.
 
Em entrevista ao Magazine, Mourão lembrou que tem, com a orquestra, uma relação duradoura. "Realizamos vários projetos juntos, muitos desses, trilhas sonoras de filmes importantes, que eu compus. Lembrando que eu aproveitei essas oportunidades para trazer, para Minas,  a gravação dessas trilhas, como a de 'O Vestido", de Paulo Thiago. A ideia era aproveitar as condições, orquestras, os estúdios mineiros. E isso é uma atitude que fiz com consciência. Porque acho que Minas pode ter essa vocação. Está despertando, nesse momento, para a questão do audiovisual, tentando fortalecer a legislação que ampara e as instituições que dão condições para que o audiovisual cresça".
 
Sobre a live propriamente dita, Mourão diz que conversou previamente com o maestro sobre a temática. "Eu poderia passear por questões mais técnicas, envolvendo a orquestra, trilhas de filmes, o fazer delas, e as dificuldades e desafios que cercam a questão das trilhas... Mas a gente preferiu abrir um pouco mais esse espectro e falar de coisas que vão impactar um público maior, despertar mais interesse, para além dos músicos, das pessoas que estão mais ligados na trilha, na questão técnica das orquestras", elucida.
 
Foi assim que pensaram em trazer a foco o livro "Alma de Música", lançado recentemente por Túlio Mourão, tendo a música como foco,  "ou central ou lateral". "A música está por perto nessas crônicas. E eu fui convencido por Frei Betto de que elas (crônicas) constituem um documento importante, um registro da MPB nessas últimas décadas a partir da minha longa vivência de 30 anos no Rio, onde estive junto às grandes estrelas da música popular brasileira, ou nos palcos ou nos discos". É, pois, um registro de situações e condições ocorridas naquela que ele pontua ser a fase de maior brilhantismo da música brasileira. "E também, um registro que contextualiza a sociedade, política e economicamente, à época. Isso tudo fica espelhado, por isso é uma documentação interessante". 
 
São casos como o dia em que Mourão foi vizinho de Rita Lee "com as cobras do Alice Cooper". "Ou então, do dia que tomamos champanhe com o presidente da França, François Mitterand, em Paris, em plena vigência do cargo. Tem o Chico Buarque me apresentando no programa 'Chico e Caetano', na Globo. E tem os episódios dos Mutantes, tentando reproduzir, no Brasil, uma cena rock'n roll com todo os desafios e dificuldades quixotescos que isso impunha a nós, uma garotada sonhando em fazer coisas. A gente então vai abordar essas questões por aí". Promete!