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Wander Melo Miranda apresenta livro com 14 de seus ensaios

O crítico literário autografa a obra neste sábado, a partir das 11h, na livraria e café Quixote, na Savassi

Por Patrícia Cassese
Publicado em 19 de outubro de 2019 | 03:00
 
 
 
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De pronto, o crítico literário e professor universitário mineiro Wander Melo Miranda, 67, tira da cartola uma frase do escritor argentino Ricardo Piglia (1941-2017) que considera lapidar: “A literatura é um manual de sobrevivência em tempos difíceis”. “É uma das definições que mais me agradam”, diz ele, que, a partir das 11h, estará na livraria Quixote autografando “Os Olhos de Diadorim – E Outros Ensaios” (Suplemento Pernambuco, Cepe Editora). 

Para Miranda, a fala de Piglia se coaduna com os tempos atuais, nos quais a cultura vem sendo alvo constante de ataques. “Publicar um livro de ensaios nesse momento acaba sendo um ato de resistência”, avalia ele. A obra abarca um conjunto de textos que o crítico vem publicando ou apresentando. Na verdade, são 14 ensaios, que perpassam um período que vai de 1995 a 2018. 
“Acredito que o acesso à literatura deveria ser um direito de todos. No entanto, como tantos outros (direitos), aqui, no país, infelizmente acaba sendo restrito a uma minoria. Aliás, se até o acesso à escolarização é complicado... E se a literatura é pouco lida, a crítica literária menos ainda, tendo atualmente ficado quase restrita à universidade”, lamenta ele.
Wander procura esquadrinhar as mudanças de perspectiva da seara na qual labuta em textos como “Comunidades Aleatórias de Leitura”, que está na página 33 da obra. “Em ‘Os Olhos de Diadorim’, há uma parte mais voltada à crítica literária, na qual discuto caminhos e, mais que isso, seus desafios contemporâneos”, diz ele.

O título do livro foi pinçado de outro dos ensaios presentes, e que aborda as duas imagens que Wander Melo Miranda considera persistirem com mais força em “Grande Sertão: Veredas”, de Guimarães Rosa (que, aliás, é seu livro de cabeceira): a dos olhos e a do pássaro. Os demais ensaios tratam de literatura de maneira ampla. “Alguns se detêm sobre autores contemporâneos (como Silviano Santiago), latino-americanos (caso de Mario Bellatin) e os já canonizados (como Carlos Drummond, Graciliano Ramos, Alexandre Eulálio). Tem, ainda, um ensaio sobre a correspondência do Cyro dos Anjos com Drummond”, adianta.

Vale lembrar que o livro tem apresentação do professor de literatura Renato Cordeiro Gomes, falecido mês passado. Em tempo: Wander Melo publicará em breve, pela Companhia das Letras, a biografia de Graciliano Ramos.

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