A empresa australiana St. George Mining confirmou a compra do Projeto Araxá, no Triângulo Mineiro, por US$ 21 milhões, até então gerenciado pela norte-americana Itafos. A aquisição foi anunciada em agosto e, nesta semana, foi confirmada pelos acionistas da empresa. Com o acordo, a companhia mira o mercado bilionário do nióbio, cujas maiores reservas descobertas até hoje estão em Minas Gerais.
O Projeto Araxá compreende uma área de 226 hectares, com capacidade anual de produção prevista de 20.000 toneladas por ano, cerca de 5.000 de produtos de nióbio e 15.000 de óxidos de terras raras. Ele está nas adjacências da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), hoje responsável por 80% da exploração mundial de nióbio no mundo — os demais estão distribuídos entre Goiás e o Canadá.
O nióbio é um metal com múltiplas aplicações. Ele é utilizado em ligas de veículos e aparelhos de ressonância magnética, por exemplo. As atenções do mercado estão voltadas para ele neste momento devido à sua aplicabilidade em baterias de lítio, um dos focos da transição energética no mundo. As terras raras são minerais também utilizados na fabricação de equipamentos eletrônicos modernos.
A St. George Mining congrega um time de executivos brasileiros. Um dos conselheiros da empresa é o ex-ministro de Minas e Energia do governo de Jair Bolsonaro (PL), Adolfo Sachsida.