O final de ano chega com boletos em atraso para 51% das famílias de Belo Horizonte. É o que mostrou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio (CNC). A principal fonte de dívidas é o cartão de crédito, indicou o levantamento.
De acordo com a pesquisa, entre as famílias com renda abaixo de 10 salários, 59% estão com o pagamento de dívidas em atraso, 20% acima daquelas com rendimento superior à faixa de renda cujo percentual de inadimplência foi de 38,9%. O cartão de crédito é onde as famílias mais concentram dívidas, especialmente as que ganham acima de 10 salários mínimos, em que 98% estão comprometidas com a modalidade de pagamento. Já 25,2% dos moradores da capital afirmaram ter financiamento veicular.
Abaixo dessa faixa de renda, o endividamento das famílias no cartão é de 93,5%, seguido dos carnês de lojas com 26%. Mais da metade das famílias (50,8%) estão com contas pendentes por um prazo acima de três meses, sendo que 81,6% delas possuem compromisso financeiro por tempo igual ou superior a 90 dias. Em média, as dívidas representam 31,6% do orçamento do mês, levando 88,4% das famílias da capital a comprometerem acima de 10% dos rendimentos.
Gabriela Martins, economista da Fecomércio MG, ressaltou a preocupação com o aumento contínuo da inadimplência na capital mineira. A alta proporção das famílias com dívidas, segundo ela, é um sinal de alerta que gera preocupação quanto à saúde financeira dos consumidores belo-horizontinos. “A inadimplência acarreta uma restrição de acesso ao crédito, o que afeta o poder de compra e, consequentemente, pode influir negativamente no volume de vendas do comércio e do setor de serviços”, explicou Martins.