Você dividiria o comando de uma empresa com seus pais, irmãos ou outros tipos de parentes? Decisão, que pode parecer impensável para alguns, é realidade de muitos empreendedores em Minas Gerais. Quatro a cada dez negócios - MEIs, microempresas e pequenas empresas - no estado são familiares. Os dados são da pesquisa Negócios Familiares, realizada pelo Sebrae Minas neste ano e foi divulgada em razão do Dia da Família, comemorado neste domingo (8 de dezembro). 

Entre as vantagens apontadas pelos empresários estão o maior comprometimento e flexibilidade. Porém, também há desafios únicos, como a necessidade de separar as finanças e as relações pessoais das profissionais.

O jovem Arthur Simões Tecchio, de 17 anos, atua junto com os pais na empresa AST3D, especializada em impressão 3D. Ele conta que começou a vender spinners aos 10 anos e, com o sucesso das vendas, foi convidado para palestrar em uma escola. Desde cedo já era um apaixonado pelo mundo dos negócios. 

“Meu pai é engenheiro de profissão e construiu uma impressora 3D. Comecei a vender algumas peças na escola e, quando vimos, já tínhamos um negócio de sucesso. Hoje, eu cuido da contabilidade e do marketing", conta. 

Segundo ele, a expectativa é continuar crescendo e expandir os negócios para o exterior. "Trabalhar com a família é um grande desafio. Tem sempre que ter os olhos no negócio e no objetivo do empreendimento. Às vezes é difícil conciliar as ideias, mas tem dado muito certo", aponta. 

Principais pontos positivos de se empreender em família:

  • Trabalhar próximo da família - 55%
  • Maior comprometimento com o sucesso do negócio - 54%
  • Flexibilidade em horários e rotinas - 53%
  • Autonomia na definição de planos e estratégias - 42%
  • Transmissão de conhecimento entre gerações - 38%
  • Segurança de não ser demitido  - 16%

*Pesquisa Negócios Familiares/Sebrae Minas/2024

Sucessão familiar

Quando o proprietário está pensando em sair de cena, é preciso planejar a sucessão para garantir a sustentabilidade e a longevidade dos negócios. Para evitar conflitos e realizar uma transição bem-sucedida, confira algumas dicas de especialistas do Sebrae:

  • Não tratar o negócio como extensão da família: é preciso profissionalizar a gestão, mesmo em um ambiente com laços afetivos;
  • Planejar com antecedência: inicie a sucessão empresarial para garantir um processo estruturado;
  • Definir papéis e regras: formalize responsabilidades, crie regras claras para a transição e promova o diálogo entre os envolvidos;
  • Capacitar os sucessores: invista em treinamentos específicos para os herdeiros, como cursos de gestão e finanças. Busque consultorias especializadas ou participe de programas que auxiliam no planejamento sucessório;
  • Focar na transparência: envolva toda a família no processo decisório para evitar conflitos e fortalecer a confiança.