Emagrecimento, autoestima e busca por qualidade de vida. São muitos os motivos que levam as pessoas a procurar a atividade física atualmente. Entre as mais praticadas, está a musculação, plenamente oferecida nas academias espalhadas por Belo Horizonte, que retomam o processo de crescimento após a pandemia.

Esse setor foi um dos que mais sofreram com a quarentena. Sem poder abrir as portas, os donos tiveram que usar a criatividade para minimizar prejuízos, e muitos negócios não sobreviveram. Mas isso parece ter mudado. Segundo dados da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio MG), em 2022, BH tinha 478 academias ativas. Hoje o Conselho Regional de Educação Física da 6ª Região (Cref-MG) tem mais de 740 CNPJs cadastrados como academia. E a Associação Brasileira de Academias (AcadBrasil) estima que o número chegue a mais de mil.

O aquecimento do mercado de academias na capital se deve a vários fatores. O diretor da AcadBrasil em Minas, Carlos Eduardo Moura, aponta alguns. “O primeiro aspecto é a exposição corporal, por meio de redes sociais, e a linha do treinamento de força, musculação, que ganhou evidência. Associado a isso, médicos têm recomendado muito a musculação para a longevidade”, explica.

Perfil

Moura conta que o trabalho de influenciadores digitais mudou até o tipo de treino procurado. Antes, as pessoas desejavam emagrecer, e o exercício aeróbico estava na moda. Agora, aumentou a procura por corpos mais musculosos, forçando academias a se adaptarem à nova realidade. “O impacto dos influenciadores é muito positivo. A base de pessoas fisicamente ativas no Brasil, que era de apenas 5%, subiu”, completa

Quem se beneficia dessa mudança de perfil é o empresário Harley Tadeu, CEO e um dos fundadores da Pratique Fitness, uma das maiores redes de academia do Brasil. O grupo surgiu em 2002, com uma unidade no bairro Guarani, na região Norte de BH. Atualmente, tem mais de cem em quatro Estados. “A empresa é uma associação, com mais de 200 sócios e 107 unidades. Pretendemos chegar a 180 até 2025”, afirma. Tadeu observa que, após a pandemia, as pessoas passaram a valorizar saúde e qualidade física, e, por isso, esse mercado voltou a ser procurado. “A atividade deu um boom, e cada vez mais está consolidada”, diz.

As pequenas academias também entram nesse movimento. É o caso da Life Trainer, no bairro Graça, região Nordeste. O pequeno espaço, dentro de um clube, é mais frequentado por pessoas mais velhas. “A academia é um lugar bacana, seguro, com boa localização. A parte da manhã é frequentada mais pela terceira idade, um público grande. É gente do bairro, que mora perto”, conta a proprietária, Edem Mercini. Ela diz que já passou sufoco, mas hoje tem um professor em cada turno.

Outra opção para quem busca mexer o corpo tem sido os “studios”, gerenciados por personal trainers credenciados. Quem optou por montar um foi Igor Garces. Em 2021, ele fez a transição para ter o espaço próprio, onde atende alunos de forma mais personalizada. Ele já investiu mais de R$ 300 mil no local, que fica no bairro Betânia, na região Oeste. “O tipo de público com que eu trabalho não gosta de academias muito cheias”, explica. Atualmente, ele atende mais de cem alunos, de 13 a 82 anos.